Mato Grosso registrou recordes nas safras de algodão e soja e conseguiu se equilibrar na cultura do milho em 2011, conforme último boletim do Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea) divulgado nesta segunda (19). Para o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, o ano pode ser considerado bom, mas não chega a ser especial.
Um dos cenários mais otimistas foi o da soja, que até novembro já tinha superado em mais de 9 milhões de toneladas as exportações realizadas em todo o ano passado, rendendo cerca de R$ 4,47 bilhões, 36% mais do que em 2010. O produto encerra o ano com preço médio de R$ 40/saca. A média anual foi de R$ 39,40/saca. Os menores preços foram registrados em abril.
A novidade nas exportações neste ano foi a preferência pela soja in natura. Houve alta de 4% nos grãos, 8% no óleo e queda de 14% nos embarques de farelo.
Já o algodão acumula recordes em área plantada, chegando a 724,943 mil hectares em todo o Estado na safra 2010/2011, produção, preço e valor de exportação. Com baixo estoque no início do ano, o preço da pluma se valorizou, mas o aumento na área plantada fez os preços baixarem diante da perspectiva de grande oferta, provocando oscilações no preço do produto durante 2011.
Com a estimativa da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa) de que a área plantada na safra 11/12 seja de 768,899 mil hectares, o setor deve registrar novo recorde com aumento de 1,9% da área plantada. O produto fechou a última semana com o preço médio de R$ 51,16 a arroba, demonstrando o declínio dos preços. A maior alta foi registrada em março, quando a arroba chegou a ser comercializada por uma média de R$ 128,69.
Apesar de ter começado o ano com uma perspectiva mais pessimista, o milho chegou a ser considerado pelo Imea como um dos protagonistas do Estado ao lado da soja. De acordo com o instituto, a liquidez do cereal foi a melhor de todos os tempos, com estoques insuficientes para atender ao desejo dos compradores.
No 2º semestre houve declínio nos preços do produto, que fechou o último mês com um valor médio de R$ 15,70 a saca, valor 22,5% abaixo do que o registrado em janeiro deste ano. No entanto, a alta de 54,2% em relação à média dos preços de 2010 fez a balança se equilibrar e fazer com que o grão fechasse o ano com saldo positivo. Para 2012 a estimativa é que a área cultivada com o cereal seja de 2,2 milhões de hectares, onde devem ser produzidas 9,5 milhões de toneladas de milho.
Rui Prado alerta que, para o ano que vem, mesmo com as previsões otimistas do Imea, que indicam novos recordes principalmente nas áreas de milho, algodão e soja, o momento ainda é de apreensão. Isso porque, conforme Prado, os custos dos produtos subiram e, ao contrário, os preços para a comercialização registraram queda nos últimos meses. O presidente ainda ressalva que, diante da situação, há risco de que o próximo ano não seja tão bom quanto 2011 porque os custos aumentaram e os preços estão caindo, o que não aponta para um cenário tão otimista.