O avanço do plantio da soja em todo o Estado garantirá a área para cultivo do milho de segunda safra a partir de janeiro. Segundo estimativa do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a área de plantio da safrinha chegará a mais de 2 milhões de hectares, o que revela um crescimento de 14% em relação à safra 2010/2011, quando foram plantados 1,752 milhões de hectares.
A produção deverá chegar aos 8,903 milhões de toneladas, cerca de 2,3% maior do a safra anterior, quando foram colhidos 6,991 milhões de toneladas do grão em Mato Grosso.
O Estado hoje é o segundo produtor do cereal do Brasil. As boas perspectivas são importantes em um ano em que os mato-grossenses venderam antecipadamente como nunca: quase 47% da safra de milho, segundo o Imea.
O desenvolvimento das lavouras de soja é determinante ao milho porque no Estado a mesma área é ocupada pelas duas culturas. Primeiro se plantam as variedades mais precoces de soja, com um ciclo de desenvolvimento mais curto, para que até fevereiro se possa semear o milho. Na medida em que as colheitadeiras vão colhendo a soja, logo
atrás estão as plantadeiras alinhadas para cobrir a área com a semente de milho.
NEGOCIAÇÕES
Segundo o Imea, em outubro houve uma evolução no número de comprometimento do cereal, em 1,4 ponto percentual, chegando a 46,6%.
Esse adiantamento da comercialização do produto vem se tornando prática comum, pois esse mesmo percentual na safra 2008/09 ocorreu
em setembro, pós-colheita, na 09/10, em julho, no final da colheita, 10/11, no início da colheita, no mês de maio, e agora ocorre praticamente três meses antes de quaisquer atividades de plantio.
Com as boas condições de clima e mercado, muitos produtores devem aumentar a produção do grão para a safra 2011/2012. É o caso do produtor Willian Yamashita, de Santo Antônio do Leste, que planta 980 hectares de soja na Fazenda Volta Grande.
Com o plantio da soja todo concluído, a meta é plantar 100% da área
com milho, diferente do ano passado quando a propriedade plantou apenas 300 hectares. “Vamos fazer isso pela primeira vez. A gente tem que aproveitar o preço das commodities no mercado, aproveitar essas altas”.