O veto do Japão à carne bovina processada brasileira não trará prejuízos a Mato Grosso. É o que afirma o setor produtivo, visto os envios para aquele país serem baixos. Para entidades não existem motivos técnicos para o embargo. Setor salienta ainda que outros países devem suprir a demanda, bem como o mercado interno.
O veto japonês ocorreu no sábado, um dia após o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmar a presença da proteína do agente causador da doença Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como “mal da vaca louca”, em uma vaca que morreu em 2010 no Paraná.
Segundo o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, os envios de carne bovina brasileira ao Japão são de baixa representatividade. “O Japão não é grande cliente. Tanto que o ano passado comprou 1,4 mil toneladas do Brasil, o equivalente a 0,3% do volume total exportado. Não há motivos técnicos para restringir os embarques. A própria Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), mesmo após a confirmação do reagente, manteve o status do Brasil como país de risco insignificante à doença”.
O Comitê Veterinário Permanente do Mercosul (CVP) também reconheceu, na sexta-feira, como positivas as ações brasileiras de prevenção ao mal da vaca louca. Segundo a balança comercial de 2012, até outubro, divulgados pelo Mapa, o Japão não consta na lista de países para os quais Mato Grosso enviou carne bovina.
O país em questão aparece nos embarques de carnes suínas e frango. Vacari frisa que não corre-se o risco de outros países embargarem a carne bovina também e caso algum outro o faça “há países que suprem esta demanda, bem como o mercado interno”.