Mato Grosso continua a liderar o ranking brasileiro com o maior Valor Bruto da Produção (VBP) para 2012. Em novembro a receita atingiu R$ 39,32 bilhões. Esse já é quarto mês consecutivo que o Estado se mantém com a maior renda no campo entre os Estados brasileiros. O aumento é de quase 27% se comparado ao mesmo período em 2011 (R$ 31,02 bi). Apesar de um cenário favorável para as commodities como a soja e o milho, no ano o algodão tem apresentado um dos piores desempenhos no Estado, e voltou a registrar queda em novembro, o que a renda estadual fosse ainda maior.
O valor da renda média bruta no campo para a cultura do algodão no mês passado ficou em R$ 6,720 bilhões, queda de 32% frente a novembro do ano passado (R$ 9,884 bi). O Estado apresentou queda na renda do campo em ao menos cinco das 12 culturas pesquisadas. Os dados são do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgados ontem (10).
A analista de mercado do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), Gemelli Lyra, explica que o desempenho negativo do algodão está diretamente ligado à ascensão da cultura do milho no Estado. Esse ano, a área destinada ao grão cresceu quase 50% em comparação com a safra 10/11. Além da área houve ganho em produtividade e produção. A safra 11/12 de milho atingiu mais de 15 milhões de toneladas. “Temos um ótimo cenário para o milho, além de ótimos preços, o que fez com que muitos produtores optasse pelo grão”, explicou. Conforme Lyra, esse cenário fez com que o algodão cedesse espaço para o milho, o que aliado a falta de preços atrativos para a pluma, influenciou no resultado do VBP.
Ainda, conforme os dados do Mapa, a soja e o milho novamente registraram o maior VBP do Estado. Juntos as commodities representam mais de 77% do total da receita estadual. Dos mais de R$ 39 bilhões previstos para o Estado, cerca de R$ 30,431 bilhões virão somente de duas culturas: soja com VBP de R$ 22,932 bilhões e milho VBP em R$ 7,499 bilhões. O cenário positivo para as commodities durante este ano foi o principal fator para a liderança estadual, conforme o setor no Estado.