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07/12/2012

Produtores resistem para evitar que Exército apague distrito

Fonte: siteadmin
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Meia-noite e um minuto do dia 7 de dezembro de 2012, sexta-feira. Se o calendário Maia previa o fim do mundo para o próximo dia 21, a contagem regressiva acaba de se encerrar para João Guarda, 64 anos, o mais antigo morador vivo do distrito de Posto da Mata, localidade prestes a ser varrida do mapa com a desintrusão dos não-índios ocupantes da área demarcada em 1992 como reserva xavante de Maraiwatsede.

“Agora tá no caminho de nós perdermos e, se Deus não tiver dó, agora acabou. Para mim, acabou. Eu não considero mais nada aqui, não. O que acontece é o seguinte, as portas fecharam”, lamenta, encostado na parede sem reboco de sua casa de R$ 20 mil, construída após cinco décadas de trabalho braçal e de vigia noturno.

Um dos primeiros funcionários da antiga fazenda Suiá Missú, cujas terras remanescentes agora serão entregues a cerca de 800 xavantes, João da Guarda pode ter sua residência demolida ao fim da desintrusão; sem renda fixa e outra propriedade, ele não tem para onde ir com esposa e neto de 12 anos, mas ainda assim acha que existem pessoas em piores condições que as suas dentre os 7 mil habitantes da área (cerca de 2,5 mil, segundo IBGE e INCRA).

Seja qual for o número mais próximo da realidade, fato é que o distrito de Posto da Mata é um foco de resistência da população que se recusa a sair das terras loteadas após o fim da fazenda onde João trabalhou. Mesmo após o término do prazo judicial para a debandada voluntária, os moradores bloquearam a rodovia BR-158, que dá acesso ao local, e ali mantêm vigília – com música sertaneja no som automotivo, mulheres cantando ladainhas e barreiras de carros destroçados com pneus em chamas.

Exaltados, os moradores em vigília prometem não facilitar o trabalho da Força Nacional de Segurança, da Polícia Federal e do Exército no cumprimento da desintrusão em massa determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após 20 anos de pendenga judicial contra a União e a Fundação Nacional do Índio (Funai), alvo recorrente do sentimento de ódio e revolta dos moradores.

Ninguém sabe como será o encontro com os agentes armados a mando da Justiça ao raiar do dia, mas o temor por sangue derramado é tão generalizado quanto a disposição de não arredar o pé.

“O carro que entrar aqui, eu chamo os companheiros para queimar e tomar as máquinas. Eu sozinho não dou conta de fazer isso, mas se tivesse duzentos da minha natureza, nós já tínhamos desgraçado isso aqui tudo já. Tudo meu está aqui dentro. Todos esses coitados estão aqui dentro sofrendo. Se tivesse índio aqui, ninguém teria entrado. A terra que tenho aqui é comprada toda do meu suor”, esbraveja o pequeno agricultor Antônio Dutra de Oliveira, esforçando-se para impor a voz cortante em meio ao barulho dos vizinhos em vigília aos 73 anos de idade, 20 deles passados em Suiá Missú.

“Há pessoas que envelheceram aqui, há pessoas com 40 anos aqui dentro, com endereço”, protesta Nivaldo Oliveira, 42 anos, 18 vividos dentro do que a Funai chama de Maraiwatsede. “Isso aqui [a desintrusão] é a maior injustiça que vai acontecer no nosso país e o povo não tem consciência. Se amanhã houver um massacre e morrer muita gente aqui, em seis meses o povo lá fora já esqueceu”.

Longe do barulho dos moradores vigilantes na entrada, sem nada a perder e por isso dispostos a ir até as últimas conseqüências, o velho João Guarda, por sua vez, está desnorteado. Espera, ao lado da esposa, a chegada das forças armadas. Após 50 anos de trabalho braçal, o mais antigo morador do distrito será obrigado a deixar tudo o que construiu com uma mão na frente e outra atrás. “Me sinto vergonhoso, passei a vida, vivi trabalhando, comprei a minha casa e agora vou ser tirado daqui. Você acha que eu compraria essa casa se aqui fosse terra de índio?”, questiona.

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