Produtividade na pecuária em Mato Grosso aumentou 16,38% nos últimos 3 anos, enquanto nesse mesmo período a área de pastagem retraiu 3,47%. Em 2008 havia no Estado em média 1,01 animais por hectare e atualmente a taxa de lotação é de 1,17 animais por hectare. Nesse intervalo a área ocupada com pastagem diminuiu de 26 milhões de hectares para 24,9 milhões (ha). Informações são da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), repassadas durante entrevista coletiva de imprensa na terça-feira (04).
Num retrospecto dos últimos 16 anos, a entidade verificou um avanço de 62,5% na produtividade, considerando que em 1996 a média de animais por hectare no Estado era de 0,72. Crescimento foi influenciado principalmente pelos investimentos em tecnologia, como suplementação alimentar e recuperação de pastagens. Reforço dessas técnicas permitiu evitar o desmatamento de 16,891 milhões de hectares nesse período, afirmou o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, comparando o espaço territorial ao ocupado pelo estado do Acre. Para o diagnóstico foi utilizada a base de dados da Agência Espacial Norte Americana (Nasa) sobreposta às imagens do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe).
Método permitiu distinguir 3 ciclos na pecuária mato-grossense, divididos entre uma fase de crescimento (1996-2005) quando foram ocupados 3,947 milhões de hectares com pastagem, seguido de um período de manutenção da área de pastagem (2006-2008) e, finalmente, de diminuição de 863,871 mil hectares de área com pecuária (2009-2011). Vacari explica que se tivesse sido mantida a média de produtividade de 0,72 animais por hectare no Estado, a ocupação exigida pelo atual rebanho seria de 41 milhões de hectares.
Outra mudança observada na produção de carne bovina no Estado é que além de aumentar a taxa de ocupação e o rebanho, estimado em 29 milhões de cabeças este ano, cada animal tem produzido maior quantidade de carne. Entre as fêmeas, o peso médio das carcaças aumentou 7% nos últimos 15 anos, variando de uma média de 12,15 arrobas por animal para 13 arrobas. Alta no rebanho de machos foi maior, sendo notado um incremento de 8% no peso médio das carcaças, que variaram de 16,49 arrobas em 1997 para 17,81 arrobas em 2011. “Estamos produzindo mais carne em menos área”.
Diretor da Acrimat, Júlio Ferraz, diz que é possível continuar avançando na produtividade mas que o segmento precisa recuperar a rentabilidade e depende de políticas públicas específicas, como linhas de financiamento a taxas de juros menores que aquelas praticadas para a agricultura. “Para o pecuarista, uma taxa de 7,5% ao ano é alta”.
Com o preço das commodities em alta, o custo da produção para a pecuária subiu, especialmente para os pecuaristas que investem em confinamento. “Existe um pacote tecnológico disponível, mas o fator limitante é a renda”. Superintendente da Acrimat comenta que até mesmo o Programa ABC que propõe, entre suas ações, financiar áreas de pastagem degradada, não tem sido sado pelos pecuaristas