Primeiro foco de ferrugem asiática é registrado em Mato Grosso. Alerta foi feito pela Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), que aponta a ocorrência da doença em soja guaxa no município de Alto Araguaia, região sul, a 415 quilômetros da Capital. A ferrugem foi identificada pelo Consórcio Nacional Antiferrugem, por meio do sistema de monitoramento online de dispersão da doença.
Segundo o gerente institucional da Aprosoja, Nery Ribas, o tempo seco estava ajudando no controle da doença, mas com a intensificação das chuvas, o fungo, que estava latente nestas plantas, encontrou o ambiente necessário para se desenvolver. “O alerta é para os produtores redobrarem os cuidados com a lavoura. E acompanhar o mapa de dispersão da ferrugem no site do Consórcio. Ainda não registramos nenhum caso em lavoura, mas este ano o número de plantas guaxas com a presença de esporos do fungo foi bem maior do que nos outros anos, e isto pode ser uma ‘ponte’ para a disseminação da doença”.
A Aprosoja recomenda que o monitoramento da lavoura seja efetivo e sistemático e que a equipe técnica da propriedade esteja preparada e efetue os tratamentos conforme recomendações. Ribas explica que a soja guaxa ou trigueira é aquela que nasce de forma voluntária em beira de rodovia, canteiros de obras e até mesmo nos terminais de carregamento e desembarque do grão e no perímetro urbano. A ocorrência foi registrada pela Coordenadoria de Defesa Sanitária Vegetal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). De acordo com o coordenador do Mapa, Wanderlei Dias Guerra, pelo menos 80% das plantas que nasceram às margens das estradas durante o período do vazio sanitário eram portadoras da ferrugem asiática.
Adotado pela 1ª vez em 2006, Mato Grosso foi um dos 12 estados brasileiros que instituíram o período proibitivo do plantio da soja durante 2 meses (de 15 de junho ao dia 15 de setembro). Nesse período, o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea) está fiscalizando as propriedades rurais, notificando e multando os proprietários que não eliminarem a soja guaxa. Junto com outras entidades, pesquisadores da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT), já haviam alertado que o descuido por parte de alguns produtores e o clima iriam contribuir para esse cenário.
Capacitação – Na próxima sexta-feira (16) será realizado um treinamento para os técnicos que irão atuar na análise e identificação dos casos de ferrugem nos 10 mini-laboratórios do projeto Antiferrugem, instalados em todas as regiões do estado. O treinamento será realizado por Wanderlei Dias Guerra, no laboratório de Fitopatologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá. Os técnicos serão capacitados para operar os equipamentos e dar suporte ao produtor rural na identificação da doença. O projeto conta com a parceria da Embrapa e da empresa Basf, fornecedora dos Digilabs.