Entre os setores que expandiram as contratações dos recursos do BNDES estão a agropecuária e indústria extrativa, demandando R$ 702,7 milhões e R$ 21,6 milhões, respectivamente, no acumulado de janeiro a setembro deste ano. Para agropecuária foram emprestados R$ 54,4 milhões a mais que em 2011 (R$ 648,3 milhões). Número de contratos atendidos nessa área subiu 29,75% neste ano, totalizando 3,645 mil, ante 2,810 mil contemplados em 2011.
Apesar do crescimento registrado em 2012, o desembolso para essa atividade ficou abaixo do registrado em 2010, quando foram demandados R$ 788,8 milhões, distribuídos em de 2,382 mil operações. Diretor financeiro da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Nelson Piccoli, explica que a renegociação de dívidas pelos produtores em 2010 permitiram a retomada do crédito, influenciando no volume financeiro disponibilizado pelo banco nesse período. Outro fator foi a melhoria da renda dos produtores com a valorização das commodities agrícolas. “Isso continuou valendo para esse ano e resultou em mais investimentos na expansão da agricultura sobre áreas de pastagens”. Avanço da área plantada exigiu novos investimentos dos produtores, incluindo a aquisição de máquinas e equipamentos.
Crescimento no volume de recursos emprestados pelas indústrias de máquinas e equipamento ratifica a análise. Dados do BNDES revelam avanço de 1.436% nas contratações pelo segmento, somando R$ 29,2 milhões em 2012, ante R$ 1,9 milhão no último ano. Diretor da Fiemt, Gustavo de Oliveira lembra que a redução na taxa de juros, em especial na linha voltada para aquisição desses insumos, garantiu a ascensão. Decidido a aproveitar a diminuição nos juros, o empresário da construção civil Valdinei de Oliveira Lopes, revela que contratou financiamento para aquisição de máquinas e equipamentos. “Automatização e renovação reduzem o custo, evitando a manutenção de frota e equipamentos”. Lopes afirma que 33% do valor de qualquer empreendimento é consumido na obra. “Por isso é preciso reduzir os gastos”.
Presidente da Central Sicredi em Mato Grosso, João Carlos Spenthof, revela que a instituição liberou R$ 170 milhões oriundos do BNDES até o mês de setembro e a meta é alcançar R$ 250 milhões até dezembro. No ano passado foram aprovados R$ 185 milhões, sendo o maior volume à atividade agropecuária. “A procura está muito grande por causa da redução nas taxas de juros, apesar da disponibilidade menor de crédito”.
Na indústria extrativa os empréstimos somaram R$ 21,6 milhões, sendo 67% acima do valor desembolsado no último ano, R$ 12,9 milhões.