Consumo de carne suína per capita no país cresceu 26,8% nos últimos 8 anos, saltando de 11,9 quilos para 15,1 kg ao ano, conforme a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs). Para melhorar os resultados da comercialização e recuperar o prejuízo, o setor produtivo mato-grossense espera que esse índice atinja 18 kg até o fim de 2015, o que ainda representará cerca de 1/4 da carne suína consumida por pessoa em Hong Kong. O país é o líder mundial de consumo, com 66,5 kg por habitante.
Para mudar essa realidade, a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) lançou nesta quarta-feira (12) a campanha da “Semana Nacional da Carne Suína”, que será realizada em 2013 com o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). De acordo com o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, até a realização do evento, a entidade irá treinar e sensibilizar os mercados, melhorando a apresentação dos produtos nos pontos de venda e capacitando profissionais de açougues para que desenvolverem novos formatos de cortes, em tamanhos menores.
Segundo o diretor-executivo da Associação dos Criadores de Suíno de Mato Grosso (Acrismat), Custódio Rodrigues, a ideia é percorrer o mesmo caminho da produção de frango, que registrou expansão na comercialização quando começou a ofertar cortes menores por exigência de países importadores. Outro desafio é aumentar a venda de carne in natura, que detém atualmente 3% do mercado local.
Objetivo da campanha é organizar a cadeia produtiva até o varejo, garantindo maior espaço para a carne suína nas gôndolas dos supermercados. Vinte e cinco porcento da carne vendida no supermercado Pioneiro é de suíno, estima a proprietária Dora Generosa Leite Galeno, reconhecendo o aumento nas vendas do produto. Dora já espera um crescimento sazonal nos próximos meses, nas festas de fim de ano.
Há 19 anos, Margareth Ale Ferreira e o marido abriram um açougue especializado, o Somente Suínos, que atende o varejo e o atacado. Segundo ela, a questão cultural em relação a carne suína tem mudado. “As pessoas começaram a entender que a carne do porco é tão saudável quanto as outras”. Aos 73 anos, o pai de Eraci Gauer, 41, só consome carne suína. O hábito de família começou na infância de Eraci, quando ainda morava no Paraguai. Em Aripuanã, Eraci ainda cria porcos e outras culturas para subsistência.
Embargo carne – Relações comerciais entre Mato Grosso e Rússia estão em pauta hoje (13), durante visita do embaixador russo Sergey Akopov à Capital. Ele se reúne com o setor produtivo à tarde. A vinda do representante russo acontece cerca de 1 mês após inspeções em frigoríficos de abate bovino e suíno no Estado feitas por técnicos daquele país. Desde então, o setor aguarda “ansioso” a liberação das exportações, suspensas desde junho de 2011. Conforme o Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso (Sindifrigo/MT), cerca de 10 plantas eram habilitadas no Estado para exportar à Rússia. Ao todo, no país, 85 plantas foram desabilitadas, incluindo de bovinos e suínos.
Dados apurados pela Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat), mostram que a Rússia reduziu sua participação nas exportações mato-grossenses de US$ 309,43 milhões em 2010 para US$ 212,94 em 2011. Em 2010, o país representava 26% do total do mercado comprador de Mato Grosso e no ano seguinte caiu para 14%, chegando a zero este ano.
Para o superintende da Acrimat, Luciano Vacari, o Mapa precisa ser mais firme e ágil na reabilitação do país. “Mato Grosso não pode abrir mão do mercado russo, que já foi o mais importante para a carne produzida no Estado. Governo não está cumprindo seu papel nas negociações e na viabilização da retomada do comércio”.
Segundo o diretor-executivo da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Seneri Paludo, a expectativa em torno da Rússia é grande, já que o país ingressou recentemente na Organização Mundial do Comércio (ONC) e a entidade tem regras mais claras para a negociação, o que é positivo, avalia.