Mato Grosso está entre os 4 estados brasileiros onde o pecuarista pode desenvolver todas as etapas da bovinocultura, que incluem cria, recria e engorda. Pará, Tocantins e Mato Grosso do Sul também possibilitam o chamado ciclo completo, onde o gado de corte é mantido no mesmo local até atingir o peso ideal para ser abatido, o que leva em média de 30 a 40 meses.
De acordo com o superintendente da Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, o Estado tem regiões propícias para a criação a pasto. Durante a cria é necessário que o bezerro permaneça com a mãe até o 6º ou 7º mês de vida quando são desmamados. Daí inicia-se o processo de recria onde são separados por sexo e recriados separadamente. Período de engorda é feito em pastos de terras nutritivas, e Vacari recomenda regiões com melhores condições de pastagem como Primavera do Leste, Sorriso, Campo Verde, entre outros municípios.
Atualmente a recria e engorda estão sendo mais rentáveis para o produtor, que tem menos gastos e uma margem de lucro maior. Lindomar Machado, cria gado em Pontes e Lacerda, realiza o ciclo completo que leva de 1 a 2 anos. “Duração do ciclo depende do garrote, se for comprado, o tempo de criação é menor e consequentemente os gastos também.” Mensalmente é custo é de cerca de R$ 20 por cabeça entre manejo sanitário, reprodutivo e suplementação. Machado manda para o abate em média 600 bovinos por ano.
Na região noroeste em Juína, Jorge Basílio desenvolve o ciclo completo e investe cerca de R$ 25,00 por mês em cada animal. “Considero vantajoso hoje devido à melhora na genética e a suplementação. Antes até o gado atingir o peso ideal para o abate demorava cerca de 4 anos, agora com 30 meses já está pronto. Após o período de engorda o produtor mantém o gado em confinamento até atingir 17 arrobas (255 kg) e em seguida é vendido por até R$ 1,5 mil aos frigoríficos. Com o acelerado ritmo de abates no Estado, Carlos Ivan Garcia, analista de Pecuária do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), adianta que aproxima-se de uma inversão do ciclo em que o abatimento das fêmeas tende a aumentar. “Quando há muitos animais disponíveis para venda o produtor é obrigado a descartar a matriz.