Para garantir a retirada do milho armazenado em Mato Grosso e atender a demanda pelo grão nas regiões Nordeste e Sul do país, o governo federal promove nesta quinta-feira (06) mais um leilão de frete para escoamento de 102,315 mil toneladas do grão armazenado no Estado. Incluindo o volume a ser retirado de Goiás, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê a remoção de 116,818 mil toneladas (t) do Centro-Oeste.
Na semana passada a Conab garantiu subsídio para retirada de 111 mil toneladas (t), mas apenas duas mil (t) foram comercializadas. Como existe o risco da situação se repetir neste novo leilão, o governo traçou um “plano B” e garantiu que o transporte será feito com apoio do Exército, que se prontificou em ceder os caminhões necessários, conforme o diretor de Operações e Abastecimento da Conab, Marcelo de Araújo Neto.
Dificuldade em escoar o produto é explicada pela elevação de até 50% no custo do frete, resultante da nova regulamentação da jornada dos condutores, além das greves dos agentes federal e do longo trajeto a ser percorrido, diz o assistente de mercado da Bolsa de Mercadorias e Cereais de Sinop (BMC), Antônio Tonietto. “Governo garante 336 mil (t) para atender demanda interna e diz que 190 mil (t) já foram entregues”. Segundo Tonietto, na região Nordeste do país a cotação da saca do milho varia entre R$ 40 e R$ 50.
No Rio Grande do Sul, o preço de venda do produto está na média de R$ 35 a saca. “Então, mesmo com o reajuste do frete, compensa comprar em Mato Grosso a R$ 21 (saca) e levar até as regiões, porque ainda fica mais barato”. Dificuldade maior em retirar o milho armazenado no Estado está sendo enfrentada pelo setor privado. Na última semana, segundo a Aprosoja, havia cerca de 12,5 milhões (t) do grão estocadas no Estado.