Os indígenas que bloquearam duas rodovias de Mato Grosso durante um protesto, liberaram nesta terça-feira (28) a passagem parcial dos veículos no trecho da BR-364, próximo a Serra de São Vicente. De acordo com as lideranças indígenas, a passagem dos carros e caminhões que estavam parados no local desde a madrugada desta segunda-feira, foi permitida apenas por um período de uma hora.
Das 6h às 7h [horário de Mato Grosso], os índios permitiram que os motoristas que seguiam viagem de Rondonópolis com destino a Cuiabá continuassem a viagem. Neste sentido, conforme a Polícia Rodoviária Federal, o congestionamento de veículos já tinha ultrapassado 60km e chegado perto da cidade de Jaciara, distante a 148 km de Cuiabá.
Já entre as 8h e 9h [horário de MT], a liberação parcial foi para os carros que estão na pista do sentido oposto. Neste trecho, conforme a PRF, não há muito congestionamento, pois os motoristas eram previamente orientados sobre o bloqueio.
Conforme as lideranças indígenas que estão no local, esta liberação parcial só ocorreu porque alguns motoristas já estavam ficando sem água e alimento. Ainda segundo os índios, não há previsão de outra liberação para a passagem de veículos.
Protesto
Representantes de oito etnias protestam para pedir a suspensão da portaria 303 da Advocacia Geral da União (AGU), que entra em vigor no fim de setembro. O documento regulamenta a atuação dos advogados públicos e procuradores em processos judiciais envolvendo a demarcação e o uso de terras indígenas.
Para isso, os indígenas fizeram bloqueio em trechos de duas rodovias do estado. Na BR-364, centenas de índios interromperam o trânsito no km 360, próximo à Serra de São Vicente. O segundo ponto bloqueado fica na BR-174, na região da cidade de Comodoro, distante 677 quilômetros de Cuiabá e que faz divisa com o estado de Rondônia.
A Advocacia Geral da União informou por meio de nota que deve discutir a portaria 303 com representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e as comunidades indígenas também devem ser consultadas. Já de acordo com a assessoria de imprensa da Funai, há um núcleo de apoio em Cuiabá e outro em Comodoro monitorando a ação dos indígenas.