Mato Grosso deverá registrar mais uma safra recorde de soja no próximo ano. Números do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) revelam que no ciclo 2012/2013 o Estado deverá ter um incremento de 12,9% no volume de grãos e atingir 24,1 milhões de toneladas colhidas. Em cinco anos, o aumento deve chegar a 38,6%. Os preços elevados da soja no mercado brasileiro, impulsionados pelas cotações internacionais, são apontados como principal fator que levarão os produtores elevarem o plantio. A safra 2013 começa a ser plantada em setembro deste ano no Estado. Já a produção de milho, que passa por momento atípico no Estado, deve sofrer uma queda estimada em 10,9% e atingir 13,894 milhões de toneladas na safra 12/13.
No ciclo atual, cuja colheita está sendo finalizada, a produção do grão alcançou volumes nunca vistos antes em Mato Grosso, totalizando uma produção de 15,586 milhões de toneladas.
Conforme a pesquisa do Imea, na safra 2012/2013 tanto a soja quanto o milho terão aumento de área plantada. Deve ser destinada uma área 11,6% maior à soja, atingindo 7,8 milhões de hectares. Já o milho deve alcançar 2,9 milhões de hectares, acréscimo de 16,3%. De acordo com o analista de grãos do Imea, Cleber Noronha, o bom momento vivenciado pelas commodities é o que impulsionou a aposta na expansão de área no Estado.
Panorama
A soja, que promete mais um recorde ao Estado, deverá alcançar uma produtividade de 51 sacas por hectare, alta 1,2% frente à média da safra colhida este ano, que foi 50 sacas/ha. O milho deve sofrer queda na produtividade de 23,3%, passando de 104 sacas/ha colhidas nessa safra, para 80sacas/ha estimadas na próxima. Noronha explica que o cenário para 2013 ainda é incerto, visto que tudo irá depender de fatores climáticos e o cenário econômico mundial. “Este ano nós fomos surpreendidos com safras e preços recordes das commodities, justamente porque o clima foi favorável no Estado e houve quebra de safras mundiais”, explica.
Segundo ele, caso o plantio da safra 12/13 de soja seja adiantado, como aconteceu com a safra 11/12, e o clima seja favorável, muita coisa ainda pode mudar. “Nós estamos fazendo apenas uma estimativa, isso é resultado de todo um levantamento de safras passadas e um cenário esperado. Porém, a situação pode mudar”, explica.
O analista explica que a queda na produção do milho (10,9%) pode ser menor caso o cenário deste ano se repita. “Fizemos uma proporção baseada em uma comum ao Estado, todavia não significa que Mato Grosso não possa superar o recorde deste ano.
Como eu já disse, tudo dependerá do cenário que está por vir”, pontua. A atual safra de milho de 15,586 milhões de t chega a ser 122,9% maior do que a safra 10/11, de 6,991 milhões de toneladas.
Preços
Noronha afirma que a tendência é de que os preços continuem em alta para a próxima safra. “O mercado internacional deve continuar buscando grãos, pois as quebras de safras foram em grandes proporções. Esse cenário deve manter os preços aquecidos”, pontua. Atualmente, a saca de soja está saindo a R$ 74, enquanto a saca do milho é comercializada a R$ 24,80.