Jamais na história do Brasil a produção de milho chegou a um patamar tão expressivo. O que antes era expectativa atemporal tornou-se agora concreto e 2012 será conhecido como o ano do cereal. Condições climáticas ideais (especialmente à época da 2ª safra), preços e demanda pelo produto alavancaram a cultura.
A participação cresceu com o passar do tempo e neste ano vai representar 43,8% da safra total brasileira projetada para 2011/12. Em termos numéricos, de quase 166 milhões de toneladas da safra serão pelo menos 72,78 milhões de toneladas somente de milho. É o que aponta o 11º levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Para os analistas de mercado, o milho consolidou seu espaço. "Essa safra de milho é a maior da história com destaque feito pelo produtor com auxílio do clima", lembra Cleber Noronha, do Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea).
Juntas, as duas safras de milho vão totalizar 72,78 milhões de toneladas. O volume é maior que a produção de soja, que nesta temporada deve somar 66,37 milhões de toneladas (11,8% menor que 2010/11).
Os holofotes estão sob o milho e ele caminha rumo a outra marca: está próximo do recorde de 75,32 milhões de toneladas da soja produzida em 2010/11.
De acordo com a Conab, a segunda safra de milho deu um empurrão na produção total do cereal. A área cresceu 23% em relação no ano anterior e está estimada em 7,58 milhões de hectares.
A antiga safrinha – hoje com status de safrão – atingiu um recorde de 38,6 milhões de toneladas, alta também recorde de 71,7% quando comparada ao volume alcançado em 2011.
Em alguns estados do país, a exemplo de Mato Grosso, a segunda safra de milho praticamente dobrou: de 7,2 milhões de toneladas para 14,7 milhões de toneladas em 2011/12, alta de 103,9% respectivamente entre os períodos.
Gestor do núcleo técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Eduardo Godoi lembra que houve uma mudança de pensamento quanto à safrinha.
"Há cinco anos o milho safrinha era produzido em Mato Grosso praticamente pensando em melhorias de solo, de manejo. Mas hoje é uma cultura tecnificada e utiliza materiais de ponta e com alta tecnologia", destaca o representante.
O estado deve continuar se beneficiando da boa fase do cereal. Isso porque deve fornecer mais que a metade do milho a ser destinado para o mercado externo em 2011/12.
De acordo com a Conab, os embarques do produto estão estimados em 14 milhões de toneladas. "Provavelmente, cerca de 70% dos embarques terão origem em Mato Grosso. O Brasil se consolidar como um exportador é bom porque apesar de uma produção gigante em Mato Grosso ainda há um consumo interno pequeno", Eduardo Godoi.