A safra 2012/2013 continuará proporcionando a Mato Grosso produções recordes de grãos, ao menos para a soja, por conta dos preços nas alturas da saca de 60 quilos e a utilização e áreas degradadas e marginais até então inativas. Entidades e produtores, por esses fatores, acreditam que a área destinada à oleaginosa ultrapasse os 7,414 milhões de hectares previstos até o momento e consequentemente se ultrapasse o número estimado –23 milhões de toneladas. Com isso, a soja deve ocupar quase 70% do espaço destinado à produção de grãos em Mato Grosso. Já para o milho e o algodão o segmento revela ser uma incógnita, visto depender da área da soja e dos preços. Contudo, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) afirma prever queda na área do algodão.
Projeções do instituto, em princípio, revelam que a área de soja crescerá 4,8% na safra 2012/13 ante a 2011/12, o salto seria de 7,072 milhões de hectares para 7,414 milhões. Já a produtividade aumentaria de 50,4 sacas por hectare para 51,7 sacas. A produção total estimada é de 23,005 milhões de toneladas, 7,7% superior as 21,367 milhões da 2011/12. “Estamos revendo estes números novamente e deveremos ter projeções maiores, pois os produtores utilizarão mais áreas degradadas e áreas marginais inativas”, comenta o superintendente do Imea, Otávio Celidonio.
O produtor de Sinop e 2º diretor financeiro da Aprosoja-MT, Antônio Galvan, confirma os incrementos na soja para a próxima safra, cujo plantio está previsto para iniciar em outubro. “Nosso único problema será a ferrugem asiática se vir com a força da safra 2011/12. Os preços estiveram remuneradores este ano. Além do mais, já temos os insumos há cerca de 90 dias adquiridos, ou seja, antes de aumentar o dólar que vem encarecendo o custo de produção a cada dia”, salienta. Até junho, segundo dados do Imea, 48,3% da soja 2012/13 já havia sido comercializada antecipadamente, enquanto que no período em 2011 apenas 20,8% da safra 2011/12 estava vendida.
Milho e Algodão
As únicas dúvidas dos produtores relaciona-se ao milho e o algodão. “O milho pode estar subindo hoje o preço, mas não é garantido isso. O mercado pode estar bem agora, mas amanhã não sabemos”, salienta Galvan. Segundo o superintendente do Imea, os preços são fatores cruciais na hora do plantio de uma cultura. Ele salienta que a área a ser utilizada dependerá também de como se comportará o cultivo da soja e se não houver atrasos de plantio. A única certeza no momento, conforme Celidonio, é que a área destinada ao algodão cairá devido ao preço da arroba estar abaixo dos R$ 50. As projeções, de acordo com a Folha do Estado já comentou, indicam que em Mato Grosso e no Brasil a área destinada à cotonicultura retraia em 20%, contudo a questão não é confirmada.