A eficiência na armazenagem de grãos é o que garante ao produtor maior rentabilidade na hora de vender a safra. Nesse sentido Mato Grosso sofre com a falta de armazéns e principalmente com a falta de infraestrutura dos que já existem. Devido esse cenário, Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) já estuda a ampliação da estrutura atual. Segundo a pesquisa de estoques publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), Mato Grosso possui 20% da capacidade útil de armazenamento de grãos do Brasil, somando 32,049 milhões de toneladas, considerando todas as redes armazenadoras de produtos agrícolas.
No Estado existem cerca de 1.062 estabelecimentos para estocagem de grãos. Destes, 95% pertencem a iniciativa privada (1.016), enquanto 2% são cooperativas (30). De acordo o diretor da Federação da Agricultura e Pecuária (Famato), Nelson Piccoli, esse número não consegue armazenar toda a produção estadual. “Nós já estamos tendo problemas para estocar o milho”, explica. Segundo o diretor a falta de estabelecimentos adequados para estocar a produção no Estado é um dos principais problemas do setor e pode comprometer toda a produção. “Com a necessidade de fazer o escoamento rápido, o agricultor não consegue esperar o melhor momento para comercializar o produto”, explica.
Investimentos
A ampliação da capacidade de armazenagem do Mato Grosso é uma das prioridades da Conab. O assunto foi tratado pela Companhia, na quinta (14) e sexta (15), em reuniões com o setor produtivo e com o governo do estado. No Estado, a Conab possui cinco unidades armazenadoras (UAs) com capacidade estática de cerca de 200 mil toneladas, de acordo com a estatal. Entretanto, administra no Estado um cadastro de 2.126 armazéns, dos quais apenas 83, com capacidade de 1,7 milhões de toneladas, estão credenciados. Destes 83, somente 28 operam com a Companhia no armazenamento do saldo de estoque regulador de milho.
Piccoli explica que durante as reuniões o presidente da Conab, Rubens Rodrigues dos Santos reiterou sua preocupação da companhia em ampliar a capacidade do Estado. “Ele afirmou o interesse na recomposição de estoques públicos, e se comprometeu com o processo de modernização das unidades armazenadoras da Conab”.
“Esperamos que a Conab consiga investir no estado uma vez que toda a estrutura está defasada”, afirma Piccoli.