O clima deve ser determinante para colheita do algodão e do milho em Mato Grosso. O excesso de chuva pode prejudicar dificultar a entrada das máquinas no campo para iniciar a algodão e atrasar a comercialização do milho 'safrinha'. Os produtores estão cautelosos e aproveitando os dias sem chuva para tirar a produção das lavouras.
A preocupação maior é com a pluma primeira safra que está prestes a ser colhida. Isso corresponde a 54% da produção de algodão no estado. De acordo com a analista do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Elisa Gomes, as plantas que já estão no ponto de colheita podem perder produtividade com o apodrecimento e ataque de doenças.
"As chuvas estão atrapalhando a preparação para a colheita, que é aplicação de produtos desfolhantes e maturador", avisa a analista. No entanto, ela avisa que o cenário atual ainda não prejudica a produtividade da pluma, prevista para 3.563 quilos por hectare, ficando acima da média do ciclo passado, de 3.315 quilos por hectare.
Em Campo Novo dos Parecis, 397 quilômetros de Cuiabá, região que tem 250 mil hectares de algodão e responde por ¼ da produção de Mato Grosso, o consultor agrícola Paulo Macedo explica que as perdas estão concentradas nas 'maças' mais baixas de cada planta porque pegaram mais umidade. Conforme ele, a estimativa é as perdas nas lavouras sejam de 5% a 10%. "O ideal é que não ocorra mais chuvas daqui para frente".
Na propriedade do agricultor Sérgio Introvini foram plantados 3 mil hectares da pluma entre primeira e segunda safras. Segundo ele, no mesmo período do ano passado o potencial produtivo já estava definido. Neste ano, o produtor avisa que a produtividade não deverá ser afetada, mas o custo de produção certamente será maior. "Estou gastando mais com a aplicação de inseticidas e fungicidas".
Com o milho a preocupação é com o tempo para secar as plantas. O especialista do Imea, Cleber Noronha, afirma que o tempo úmido irá atrasar a secagem da lavoura. "Com isso o produtor demora mais para entregar a produção que já está comercializada". Conforme ele, a colheita do milho já iniciou, mas o trabalhos no campos ainda não tímidos.