Mãos firmes na tesoura para cortar os pontilhados do molde, olhos atentos à costura e muita habilidade para transformar o material bruto em vestuário. São com esses e outros esmeros que a pele do boi vira calças para montarias, coletes, bolas e arreios. Para Mato Grosso, economia predominante rural, os utensílios feitos a partir do couro garantem durabilidade e segurança para o trabalho rotineiro em fazendas, sítios e estâncias.
Os interessados em trabalhar com a cultura do couro devem ficar atentos aos cursos oferecidos pelo Senar – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. No dia 21 de maio, a cidade de Santo Antônio do Leste sediará curso de artesanato com couro bovino. Em junho, a programação se estende com as técnicas de curtimento e conservação e artesanato em outras cidades do Estado.
Dica – O seleiro Gilvan José dos Santos, de 25 anos, confecciona a pele do boi em suas diversas formas. Há cinco anos ele começou a trabalhar em estabelecimento comercial cujo foco é atender empresários e funcionários do campo. “Para aprender precisa de muita força de vontade”, conta o jovem sobre o artesanato em couro.
Benedito Josué de Moraes, 59, seguiu a carreira da família, passada de pai para filho, e se especializou em selaria. Com 40 anos de profissão, Moraes explica que o material mais utilizado para as confecções é a sola, uma das etapas de transformação da pele do animal. “O que eu mais gosto de fazer é o arreio, porque é bem mais prático, além de consertos em peças”, diz.
Para o comerciante Enock Rezende, 58, o couro protege a roupa do trabalhador de arranhões e do suor de animal. “A matéria-prima exportada de Mato Grosso é excelente porque nossa incidência de berne é pouca ou quase nenhuma”, ressalta.
Informações sobre os cursos do Senar são obtidas pelo site www.sistemafamato.org.br/senar.