Mato Grosso vem ocupando lugar de destaque no comércio internacional das cooperativas, segmento esse que no Estado é formado em 100% por associações agropecuárias e quase que dominado pelos cotonicultores do sul mato-grossense. Neste primeiro quadrimestre do ano ocupa a sexta colocação no ranking nacional das exportações e o quinto lugar nas importações. O mesmo mercado que favorece as vendas, tem sido o mesmo que contribui para as compras, já que os itens adquiridos apresentam desvalorização de até 99%, enquanto as vendas se deparam com um aquecimento de mais de 120% sobre o quilo embarcado.
Conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, divulgados ontem, a receita gerada com as exportações estaduais teve alta de 110,84% neste primeiro quadrimestre do ano em comparação com igual período de 2012 e as importações mostram queda de 55,65%, retração que está diretamente ligada ao recuo dos preços médios dos produtos comprados que passaram de US$ 11,72 para US$ 0,51 na comparação entre o acumulado de 2012 ante 2011. No caso das importações, os volumes adquiridos aumentaram de 5,44 mil toneladas para 6,03 mil t.
As exportações de janeiro a abril deste ano somam receita de US$ 86,30 milhões, avanço de 110,84% ante os US$ 40,93 milhões faturados em igual período do ano passado, performance que injetou mais de US$ 45,37 milhões ao saldo local. O resultado positivo, registrado mesmo com um recuo de 7,78% no quantum físico embarcado, é fruto da valorização da pauta de produtos das cooperativas que neste intervalo de um ano passou de US$ 0,39 para US$ 0,88, incremento relativo de 127,56.
Em relação aos produtos, a maioria dos embarques é de algodão, seguido da soja. Há registros de exportações de trigos, carne suína e açúcar.
O ranking é liderado pelo Paraná, US$ 583,85 milhões, seguido de São Paulo, US$ 378,43 milhões, Minas Gerais US$ 224,69 milhões, Rio Grande do Sul, US$ 135,82 milhões e Santa Catarina com US$ 122,30 milhões. Todos esses estados, a exceção de Santa Catarina, registram retração na receita deste quadrimestre em relação ao mesmo período do ano passado. O estado catarinense ampliou o faturamento em quase 35%, com isso, entre os seis maiores, Mato Grosso com mais de 110% de alta é o de maior destaque nacional.
Comprando apenas o desempenho estadual em abril, Mato Grosso segue na sexta posição ao contabilizar negócios de US$ 23,45 milhões, ante US$ 10,72 milhões de abril de 2011, incremento anual de 118,67%. Em relação aos volumes embarcados há alta de quase 20% e preços médios por quilo exportado valorizado em 83%.
IMPORTAÇÕES – Nas importações, Mato Grosso registra desembolso de US$ 3,06 milhões neste primeiro quadrimestre, cifras 55,65% abaixo do observado em igual momento do ano passado, US$ 6,92 milhões. No acumulado de janeiro a abril os volume importados aumentaram de 5,44 mil t para 6,03 mil t e o preço médio por cada quilo que entrou no Estado reduziu 95,66%, de US$ 11,72 para US$ 0,51. Em abril, a diferença de preços ficou ainda mais significativa com o quilo que passou de US$ 426,54 para US$ 3,82, queda de 99,10%.
Além da uréia, insumo agrícola, chama a atenção o volume de máquinas e suas partes que derem entrada no Estado nestes quatro primeiros meses do ano.
BRASIL – Neste primeiro quadrimestre de 2012, as exportações das cooperativas brasileiras foram de US$ 1,67 bilhão e houve retração de 0,4% sobre igual período de 2011 (US$ 1,68 bilhão). Nas importações, houve expansão de 8,7% nas compras efetuadas pelo setor, que passaram de US$ 63,5 milhões, em janeiro a abril de 2011, para US$ 69,1 milhões, neste ano.
Com esses resultados, a balança comercial registra saldo positivo de US$ 1,605 bilhão, com queda de 0,7% em relação ao mesmo período de 2011 (US$ 1,61 bilhão). A corrente de comércio (soma das exportações e importações) foi de US$ 1,74 bilhão, com recrudescimento de 0,1% em relação ao quadrimestre de 2011 (US$ 1,74 bilhão).