Nesta quinta-feira (12.04), o diretor-presidente da empresa de consultoria Macrologística, Renato Pavan, apresentou o projeto Norte Competitivo aos representantes da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) e de outras entidades ligadas ao setor produtivo. O projeto é um planejamento estratégico da logística do transporte de carga dos estados que fazem parte da Amazônia Legal. É uma iniciativa privada e busca o Governo Federal como parceiro nas obras de infraestrutura e logística desta região. Em breve, a mesma empresa formatará o projeto Centro-Oeste Competitivo, que abrangerá os estados da região Centro-Oeste do país. A iniciativa conta com o apoio da Famato.
Segundo Pavan, o projeto Norte Competitivo existe desde 2009 e foi contratado pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Ação Pró-Amazônia e pelas Federações das Industrias da Amazônia Legal, entre elas a Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt). Em março do ano passado, o projeto foi entregue formalmente ao Governo Federal. “Com a repercussão positiva, as outras regiões do país resolveram nos contratar para realizar um trabalho semelhante. Assim, o projeto Sul Competitivo está na sua fase final, o Nordeste Competitivo está meio caminho andado, o Centro-Oeste Competitivo irá iniciar em breve e o Sudeste Competitivo já tem aprovação da CNI e de algumas Federações. Com isso, o setor produtivo terá o Brasil Competitivo, que, uma vez concluído, dará ao segmento aquilo que vem sendo reivindicado há anos, ou seja, um transporte de menor custo e eficiente. É evidente que serão utilizadas as infraestruturas existentes competitivas e projetos complementares comprovadamente viáveis e menos poluentes”, explicou Pavan.
Ao todo, o Norte Competitivo engloba 73 projetos e um investimento de R$ 14,0 bilhões até 2020, dos quais R$ 5,0 bilhões serão oriundos da iniciativa privada e R$ 9,0 bilhões do Governo Federal. Com este trabalho, estima-se uma diminuição do custo de transporte de R$ 3,8 bilhões por ano, proporcionando competitividade para a Amazônia Legal. “Somente a Hidrovia Juruena-Tapajós, por exemplo, diminui o custo do transporte em R$ 2 bilhões por ano”, enfatizou Pavan.
O presidente do Sistema Famato, Rui Prado, destacou que o trabalho é importante para ajudar a resolver os gargalos logísticos de Mato Grosso. “O projeto mostra, de uma maneira integrada, todas as vias de escoamento da produção da região Norte e, inclusive, dos estados que fazem parte do Centro-Oeste. Nós queremos que esse projeto seja priorizado inclusive com o governo de Mato Grosso”, afirmou Prado que, a partir das 16h30 desta quinta-feira acompanhará Pavan na mesma apresentação que será feita ao governador do Estado, Silval Barbosa.
Levantamento – No Projeto Norte Competitivo foi feito o levantamento de 16 cadeias produtivas da Amazônia Legal, identificando 50 produtos que representam 95% de tudo que é comercializado na região, quantificando a produção atual e a projeção até 2020.
Conforme Pavan, o projeto dimensionou nove eixos de integração mais importantes, são eles: hidrovia Juruena-Tapajós; hidrovia do rio Tocantins com a Ferrovia de Integração do Centro Oeste (FICO); Hidrovia do Rio Madeira; Hidrovia do rio Paraguay; Manaus-Belém-Brasília; Duplicação da E.F.Carajás; BR-163 até Miritituba-Vila do Conde; Ferronorte, de Rondonópolis até Lucas do Rio Verde e BR-364.
A Famato é a entidade que reúne e representa os sindicatos rurais de todo o Estado. Junto com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT) e o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) forma o Sistema Famato.