O planejamento para a próxima safra de milho e soja em Mato Grosso vai exigir do produtor rural investimentos superiores em relação ao que foi gasto no ciclo 2011/12. O custo médio de produção da soja deve ser 4,2% maior, chegando a R$ 1.814,58 por hectares, contra R$ 1.741,18 em fevereiro, segundo cálculos do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), apresentados ontem. Frente ao ciclo anterior, o aumento chega a 11,8%, quando o custo médio ficou em torno de R$ 1.622,00.
Somente os insumos utilizados pelos produtores são responsáveis por 50% desse valor apresentando. O preço médio do custo operacional de produção, que envolve os insumos e as operações agrícolas, é de R$ 1.071,31. O principal produto que influenciará o aumento de R$ 73,39 por hectare plantado na safra 12/13, é o fertilizante.
A região nordeste do Estado foi a que apresentou o maior custo operacional, chegando R$ 1.131,75. O menor foi o da região sudeste chegando a R$ 1.029,82 por ha. A região médio-norte, maior produtora de soja do Estado, apresentou os maiores gastos com fertilizantes, R$ 522,60 por ha plantado.
Cenário
De acordo com o gerente-técnico da Associação de Produtores de Soja e de Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT), Luiz Nery Ribas, a atenção dos produtores está voltada ao fechamento de negócios da soja. Ele explica que muitos agricultores já começaram a pesquisar os preços dos itens que vão utilizar no preparo das lavouras.
Essa pesquisa de preços somada ao aumento de área plantada para a safra 12/13 que está prevista em 4,8% chegando a 7,4 milhões hectares plantados, com uma produção de 23,005 milhões – um aumento de 7,7% em relação aos 21,367 milhões estimados para o ciclo 11/12 – tem feito com que esses preços aumentem. "A conjunção de fatores influencia uma pressão no mercado e reflete diretamente nos gastos", explica.
A pressão sobre o preço dos insumos deve continuar, principalmente sobre os fertilizantes. De acordo com o gestor do Imea, Daniel Latorraca, o fertilizante tem um grande peso no custo de produção. "O preço dele e de outros produtos subiu também pela pressão de demanda que houve. Incrementamos a área não em Mato Grosso, mas em todo o mundo", declarou Latorraca