Recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos em Mato Grosso aumentou 6% no 1º bimestre deste ano, alcançando 1,368 mil toneladas, contra 1,292 mil (t) devolvidas em igual período de 2011 pelos agricultores. Em comparação com demais estados brasileiros, Mato Grosso lidera na logística reversa de embalagens vazias de agrotóxicos. São Paulo e Paraná, por exemplo, recolheram respectivamente 874 (t) e 636 (t) nos 2 primeiros meses deste ano. Em todo país foram encaminhadas 5,646 mil (t) de embalagens vazias de agrotóxicos para o destino ambientalmente correto, o que significou crescimento de 7% em comparação com 2011. Números são do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev), entidade fundada em 2001 e colaboradora do Sistema Campo Limpo, juntamente com
agricultores, distribuidores e o poder público.
Objetivo é cumprir determinação da Lei Federal 9.974/2000 e do Decreto Federal 4.074/2002, que prevê o gerenciamento pós-consumo das embalagens vazias. Atualmente, o sistema opera em 25 estados e no Distrito Federal com 421 unidades de recebimento, destinando em uma década mais de 200 mil (t) do material. Em Mato Grosso há 29 pontos de coleta, sendo 15 centrais e 14 postos, conforme a coordenadora regional de operações do Inpev, Rosângela Gomes Soto.
Outras 4 unidades serão inauguradas este ano, nos municípios de Confresa, Gaúcha do Norte, Juara e Nova Monte Verde. Aumento no descarte ambientalmente correto das embalagens vazias está relacionado à conscientização dos produtores, expansão dos pontos de recebimento e da produção agrícola. Rosângela explica que nas localidades onde serão inauguradas as novas unidades está havendo expansão da atividade agrícola sobre a pecuária, influenciando no aumento do descarte desse material. Municípios de Rondonópolis, Sorriso e Primavera do Leste lideram no descarte de embalagens vazias, com uma média de mil toneladas por ano.
Analista de Meio Ambiente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Lucélia Denise Avi, explica como funciona o sistema de logística reversa. Ao comprar o agrotóxico nas revendas já cadastradas no sistema, o agricultor é informado por meio da Nota Fiscal sobre o local onde poderá devolver as embalagens vazias. Após o uso, o material deve ser lavado sob pressão e armazenado em local adequado, isolado e afastado do solo.
Devolução é feita após agendamento para entrega nos pontos de coleta. Então, as embalagens podem ser reutilizadas para abrigar novamente o produto ou são destruídas. "Quando esse processo iniciou, havia pouca adesão, mas hoje os produtores já se adaptaram e são favoráveis à prática".
Para o secretário executivo do Conselho Estadual das Associações de Revendas de Produtos Agropecuários de Mato Grosso (Cearpa), Valter Valverde, o aumento no índice de embalagens devolvidas nos 2 primeiros meses deste ano está relacionado à maior utilização de agrotóxicos, principalmente por causa do incremento na produção de algodão. Ele acrescenta que dos 29 pontos de recebimento desses materiais existentes no Estado, 16 são mantidos pelo Cearpa.