A colheita da soja, safra 2011/2012, em Mato Grosso pode ser dada por encerrada nesta semana. Com 94,4% dos 7,072 milhões de hectares colhidos, produtores vivenciam momentos de alta no preço da saca de 60kg do grão, que hoje é vendida em média a R$ 44,76 no Estado. Até o momento 78% da safra já foi comercializada antecipadamente, o equivalente a 17 milhões de toneladas (t). O setor produtivo frisa que preços tendem para aumento devido a quebra nacional da safra da oleogionosa, incluindo a de Mato Grosso ocasionada pelo excesso de chuvas, falta de luminosidade e doenças, principalmente a ferrugem asiática.
De acordo com dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), os 94,4% da área colhida desta safra estão 13,3 pontos percentuais (p.p) avançados em relação à época em 2011, fato este proporcionado pelo plantio dentro da janela ideal. O gestor do Imea, Daniel Latorraca, revela que por conta da safra ter ocorrido no tempo certo 78% da safra já foi comercializada. “Isso equivale a 17 milhões dos 21,98 milhões/t. Tivemos em relação a fevereiro um avançode 10p.p. na comercialização da soja. Muitos produtores aproveitaram que a saca está em alta para vender o restante do grão”.
Segundo Latorraca, nos próximos dias, com o fim da colheita, o Imea estará revendo a quantidade da produção, visto que a safra 2011/2012 sofreu com o excesso de chuvas, falta de luminosidade e a ferrugem asiática. A atual previsão é 0,9% inferior a estimativa inicial, que era de 22,16milhões/t. Apesar da saca estar em alta a rentabilidade ao produtor pode não ser o suficiente para a próxima safra.
Conforme o produtor e vice-presidente do Sindicato Rural de Sinop, Antônio Galvan, devido a agressividade da ferrugem asiática nesta safra os produtores já perceberam que terãode gastar mais na próxima, principalmente com fungicidas. “A quebra de produtividade é no país todo. Nós, ao contrário do Sul do Brasil, sofremos principalmente com a ferrugem asiática. Para a próxima safra os produtores já se preparam para três aplicações de fungicidas, além disso, questionam a eficácia dos mesmos. Essa alta no preço da saca deve-se a quebra da safra, porém é preciso que o produtor tenha cautela, pois pode vir a cair”.
Na região de Sinop, Galvan comenta que alguns produtores chegaram a colher nos últimos dias entre 15 e 20 sacas por hectare. “Essa quebra foi registrada por conta da ferrugem em áreas de plantio tardio e recuperação de área degradada”, comenta.
O 12º levantamento de colheita do Imea, revela que as regiões médio-norte e oeste colheram, até o dia 22 de março, 99,8% e 99,4% de suas respectivas áreas. Já o norte 94,2%, sudeste 93,5%, centro-sul 92,9% e o noroeste 92,2%. A área mais atrasada é o nordeste com 76,6%.
Frete – Segundo dados do Imea, entre15 de fevereiro e 15 de março o valor do frete ao caminhoneiro chegou a registrar alta de 17,52%. Essa elevação foi sentida entre Rondonópolis e Paranaguá, trajeto no qual o frete chegou a ser cotado a R$ 135 a tonelada. De Sorriso a Rondonópolis foi de 12,5%, sendo R$ 72 a tonelada. Latorraca explica que o aumento do frete ao caminhoneiro é um movimento natural. “Conforme a colheita avança o preço do frente sobe”.
Galvan confirma a questão, todavia, acredita que a partir de abril o valor do serviço, com o final da colheita da soja, volte aos patamares anteriores. “A demanda maior da safra de soja já foi escoada. Os preços devem tornar a elevar-se a partir de junho com a colheita do milho safrinha e do algodão”, diz o produtor.