A evolução da ferrugem asiática em Mato Grosso pode gerar uma quebra de até 2,5 milhões de toneladas na safra de soja 2011/2012 do Estado. Produtores são unânimes em afirmar que a doença reduziu a produtividade e elevou significativamente o custo de produção no Estado. São eles também que mensuram o volume de perdas. A situação mais crítica ocorreu na região do médio-norte, uma das maiores produtoras do Estado, onde houve casos de produtores que deixaram de colher 25 sacas por hectare, o que significa uma perda de 50% por ha. Apesar do crescimento de 10,3% da área reservada à soja em 2012 (7,072 milhões de hectares), os produtores não acreditam que a alta irá amenizar significativamente a retração registrada na produtividade.
De acordo com o vice-presidente do Sindicato Rural de Sinop, Antônio Galvan, em algumas regiões o produtor que investiu no cultivo da oleaginosa conseguirá manter os mesmos patamares das últimas safras, em outras ele amargará perdas. Ele afirma que só o médio-norte chega a colher em média de 5 a 6 sacas a menos por hectare. Galvan explica, porém, que em algumas áreas semeadas com soja tardia e que sofreu com a incidência da ferrugem, as perdas de produtividade cheguem até 25 sacas por hectare. "Na soja tardia chegamos a produzir de 45 a 46 sacas por hectare. Em 2011 ficou entre 59 a 60 sacas por hectare", explica.
Pior resultado – Levando em consideração a redução de 5 a 6 sacas por ha, o médio-norte deve colher cerca de 13,8 milhões de sacas a menos. Só em Lucas do Rio Verde, umas das regiões mais afetadas, os produtores devem contabilizar perdas de até 1,2 milhões de sacas na safra de soja deste ano. Segundo o presidente do Sindicato de Lucas do Rio Verde, Júlio Cimpak, a região foi a mais castigada com a falta de luminosidade nos meses de dezembro e janeiro. "Não só a ferrugem contribuiu com a queda, como também as chuvas e a falta de luminosidade nos meses de dezembro e janeiro", conclui.
Na opinião técnico da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja), Luiz Nery Ribas, apesar da grande perda, o Estado deve alcançar a safra passada. Neri explica que ainda não é possível mensurar a perda nesta safra, já que ainda falta terminar a colheita na região do Araguaia, que deve ser finalizada até o fim do mês. Maior produtor nacional da oleaginosa, Mato Grosso deve produzir nesta safra 21,9 milhões de toneladas, segundo projeção do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).