Mato Grosso exportou 34% a mais em produtos do agronegócio no 1º bimestre deste ano em relação à igual intervalo de 2011. Em janeiro e fevereiro, o embarque de produtos oriundos do campo somou US$ 1,290 bilhão, contra US$ 956,744 milhões do ano anterior. Produtos do complexo soja contribuíram para esse resultado.
Grão, farelo e os óleos tiveram aumento de 152%, totalizando US$ 791,383 milhões este ano ante US$ 313,261 milhões em 2011. Em volume, a variação foi ainda maior, de 181%, passando de 650,022 mil toneladas para 1,832 milhão (t) de um ano para outro. Os dados são do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Roger Augusto Rodrigues, diretor administrativo da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), explica que a alta de janeiro e fevereiro se explica pela antecipação da colheita. Entidade estima que ovolume exportado deve desacelerar ainda no 1º semestre, sendo igual ao da safra anterior. Já o valor recebido com a comercialização deve apresentar aumento porque muitos produtores optaram pela venda futura e vão receber com o dólar valendo mais.
Óleo de soja refinado teve a maior fatia de crescimento nas vendas do complexo, 374% comparando os US$ 3,05 milhões vendidos em janeiro e fevereiro de 2011 com os US$ 14,482 milhões negociados no mesmo período deste ano. Em segundo lugar, com maior cifra paga vem a soja em grão, que teve expansão de 317%, variando nos 2 últimos anos de US$ 116,409 milhões em 2011 para US$ 486,044 milhões este ano.
Farelo de soja aparece na sequência com 52,67% de crescimento nos embarques, saindo de US$ 170,815 milhões para US$ 260,792 milhões. Por último, mas também com alta de 30,79%, o óleo de soja em bruto, que contabilizou vendas ao exterior neste ano no valor de US$ 30,063 milhões, enquanto que nos mesmos meses de 2011 foram US$ 22,985 milhões.
Economista Vitor Galesso, especialista em comércio exterior, aponta outro fator importante quanto ao mercado da oleaginosa:os chineses estão comprando e se alimentando mais de soja. O especialista chama a atenção para os investimentos na verticalização da produção, para agregar valor aos produtos, o que vai refletir diretamente na geração de empregos e renda no Estado.
Outro segmento do agronegócio mato-grossense que teve crescimento expressivo foi de fibras e produtos têxteis. Houve aumento de 342%, novamente comparando o 1º bimestre de 2011 com 2012. As vendas subiram de US$ 22,677 milhões para US$ 100,318 milhões. Apesar de positivos, esses números que não “enchem os olhos” da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa).
Carlos Ernesto Augustin, presidente da entidade, confere essa expansão principalmente ao atraso na entrega de mercadorias, que deveria ocorrer no fim do ano passado. Além de o clima ter alterado a data de plantio e colheita de algodão, houve um crescimento de área plantada de 60% de 2011/2012 se comparada à anterior.