A falta de mão de obra qualificada no setor agropecuário faz com que produtores e empresários procurem profissionais fora do estado. Essa realidade se contrapõe com a pretensão da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso, Famato, de aumentar a produtividade das culturas em mais de 100% para 2020. A fim de conhecer as dificuldades quanto ao trabalho agropecuário, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Mato Grosso, Senar, realiza até hoje, dia 22, o workshop “Cadeias Produtivas”.
O evento reúne produtores para exporem a situação e a preocupação de cada setor, como pecuária, cana-de-açúcar, aves, mel, peixes, entre outros. Para o presidente da Famato, Rui Prado, a qualificação dos trabalhadores rurais é realizada de forma ímpar no estado, mas necessita de manutenção.
Um dos temores é de Mato Grosso perder a competitividade pela falta de funcionários qualificados. “Queremos mudar nosso perfil, pois ainda não somos os melhores em capacitação no meio rural”, ressaltou Prado, durante lançamento à imprensa organizado na última sexta-feira, 16.
Em 20 anos, o Senar qualificou trabalhadores a partir de cursos de formação profissional, promoção social e mutirões. O trabalho rural, de acordo com estimativa do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária, Imea, tem salário maior do que o da cidade. O vencimento chega a ser de R$ 100 a R$ 200 superior do que o trabalhador urbano. A principal faixa etária dosparticipantes do programa do Senar varia de 20 a 40 anos.
Workshop – O “Cadeias Produtivas” será realizado em duas etapas: de 19 a 22 de março e no dia 12 de abril. A última data será destinada apenas para empresários da soja e milho esclarecerem o cenário do ramo de grãos. A finalidade é traçar um diagnóstico da agropecuária de Mato Grosso.
Até o ano de 2020, o Senar pretende qualificar mais de 600 mil pessoas. Uma das dificuldades para a educação de trabalhadores rurais é a logística e a descentralização dos postos de ensino.Após capacitados, os trabalhadores rurais têm mais chances de conseguir vaga no mercado de trabalho.
Os debates do workshop contam com a participação de órgãos como a Embrapa, sindicatos, secretarias estaduais, empresas privadas e instituições de ensino, como a Unemat, UFMT e a Universidade Federal de Viçosa, de Minas Gerais. A instituição mineira foi escolhida como mediadora do encontro por ser referência em qualificação do trabalho rural. As ações educacionais serão postas em prática no segundo semestre de 2012.
A projeção do Imea para 2020 é o crescimento de 180% na criação de suínos, 116% na de aves e 49% para a cultura da soja. Em média, o Senar capacita 42 mil pessoas por ano.