Abate de animais fêmeas subiu em 2011 em relação a 2010 em Mato Grosso, sendo um dos fatores que contribuiu para manter pressionados para baixo os preços da arroba do boi gordo no Estado até agora. Estudo apresentado pelo Imea mostra que durante o ano passado o abate de fêmeas respondeu por 44,6% do total de bovinos realizados em Mato Grosso, correspondente a 4,87 milhões de cabeças. Em comparação com os abates de fêmeas realizados em 2010, quando chegou a 34,2% do rebanho de 4,33 milhões de cabeças abatidas, houve incremento de 12,4% no volume de abates de fêmeas.
Considerando o rebanho mato-grossense de fêmeas com idade até 24 meses, estimado em 11,824 milhões de cabeças, o abate alcançou o nível de 18,4% em 2011, equivalente a 2,172 milhões de cabeças. Apesar da alta, índice ainda se mantém dentro da normalidade, em um percentual que permite crescimento do rebanho, explica o superintendente do Imea, Otávio Celidônio.
Em 2006, por exemplo, proporção do abate de fêmeas chegou a 24,2%, totalizando 2,579 mil animais. Explicação possível para o aumento no abate de fêmeas no ano passado é a piora das pastagens decorrentes de estiagem prolongada. Analista da pecuária da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Carlos Augusto Zanata, lembra que o abate de fêmeas impacta diretamente no ciclo da pecuária, provocando redução do rebanho.
Por isso, acrescenta, é necessário observar como irá se comportar a proporção de abate de fêmeas no decorrer de 2012. "Podemos estar entrando em uma inversão de ciclo". Para reverter um cenário assim, explica, é preciso investir em cria, o que daria resultados num prazo médio de 3 anos. Celidônio acredita que, para 2012, o índice de abate de fêmeas pode baixar.