Apesar de Mato Grosso ter sido ultrapassado por Goiás no número de focos de ferrugem asiática na lavoura da soja na safra 2011/12, o cenário ainda é de alerta. O produtor deve continuar atento, pois o clima continua favorável para a proliferação da doença. Durante as últimas semanas Mato Grosso ocupou o primeiro lugar como o estado onde a praga mais havia se instalado.
Agora, de acordo com dados do Consórcio Antiferrugem, desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), ocupa a segunda posição com 8ocorrências. Goiás tem 87 casos.
Atenção – O gerente-técnico da Associação de Produtores de Soja e de Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT), Luiz Nery Ribas, explica que o fato do Estado ter caído para segunda posição no ranking da ferrugem não significa uma redução na velocidade de disseminação da doença nas lavouras mato-grossenses.
Segundo o técnico, a diferença na soma dos números das ocorrências é insignificante, pois Mato Grosso deve apresentar até o fim da colheita um número maior. "Acredito que Goiás seja líder de ocorrências momentaneamente, pois a área de Mato Grosso é bem maior e o nosso clima continua muito favorável para a proliferação da doença", analisa.
Ele enfatiza que de maneira alguma os produtores devem se descuidar da lavoura. "Temos que estar atentos, pois provavelmente surgirão mais focos. O produtor precisa continuar acompanhando e talvez até realizar mais aplicações de defensivos, para não correr o risco de grandes perdas".
Neri explica que ainda não é possível mensurar a perda nesta safra, já que ainda existe muito a ser colhido no estado. Segundo ele, nos últimos seis anos a doença gerou prejuízos de R$ 9,2 bilhões no Estado. No Brasil, as perdas atingiram R$ 36,2 bilhões desde 2004.
Preocupação – O clima ainda é a principal preocupação para os sojicultores regionais. Segundo o presidente do Sindicato Rural de Sorriso, Nelson Piccoli, as de chuvas intensas nas lavouras, ajudaram a criar um clima mais propício para a ferrugem. "As chuvas elevam a umidade do campo e tornar a cultura mais vulnerável à doença", explica.