Apesar de ser líder brasileiro na produção agrícola, a maioria das lavouras de Mato Grosso não é 'protegida' por seguro rural. Dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), mostram que no ano passado o número de contratos firmados no Estado foram de 562, sendo que apenas 248,58 mil hectares foram segurados, totalizando R$ 199 milhões. É muito pouco, levando-se em consideração que a área cultivável do Estado se aproxima de 10 milhões de hectares. Segundo representantes do setor agrícola de Mato Grosso, o alto custo é o maior empecilho na contratação do seguro rural.
A título de comparação, em Mato Grosso do Sul, foram 2.788 contratos firmados, sendo segurados 682,91 mil hectares em 2011, gerando um montante de R$ 565,2 milhões. O estado líder em área protegida pelo seguro é o Paraná, com 2,5 milhões de hectares. O seguro agrícola sobre principalmente perdas decorrentes de adversidades climáticas. Já a modalidade para pecuária cobre morte de animais destinados ao consumo, reprodução, cria, recria, engorda e trabalho por tração.
Conforme o diretor de relações institucionais da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rogério Romanini, o produtor acha caro a contratação do seguro, por isso, na maioria das vezes prefere arriscar e manter a lavoura sem a garantia de proteção como algum imprevisto, tais como: seca, chuvas em excesso e pragas.
"Muitas vezes o produtor acha o preço a pagar pelo seguro inviável, e acaba arriscando. Seria necessário que o governo tentasse baixar o investimento", analisa.
O presidente da Famato, Rui Prado, comenta que há uma preocupação da entidade em conscientizar a classe de que o seguro rural é importante. "Estamos realizando um trabalho dentro da entidade procurando conscientizar os produtores de que, apesar de caro, é importante segurar a safra. Mas talvez esperamos que haja um esforço maior do governo para diminuir os custos do seguro", explica.
Cobertura – Para o produtor e presidente do Sindicato Rural de Sinop, Antônio Galvan, além do seguro ser caro, muitas vezes não cobre as despesas totalmente, no caso do produtor necessitar. "O que acontece é que quando o produtor financia um custeio rural, é obrigado a pagar o seguro, só que muitas vezes esse seguro, que é caro, não cobre todas as despesas no caso de algo acontecer com a plantação. Acaba sendo um investimento nulo", afirma.