Valor Bruto da Produção (VBP) de Mato Grosso atinge recorde com R$ 30,475 bilhões, referentes a todas as movimentações financeiras do segmento agrícola. Comparando com 2010, o crescimento é de 39,2% ante os R$ 21,894 bilhões daquele ano. VBP de 2011 supera em R$ 5 bilhões a cifra de 2008, que havia sido o melhor ano da agricultura mato-grossense. Montante do Estado representa 60% do total da região e os cerca de 40% de incremento foi o maior do país, atrás somente do Espírito Santo, mas devido à pouca representatividade não é considerado.
Coordenador geral de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Garcia Gasques, explica que o ano passado reuniu todos os fatores positivos para um bom resultado no campo. Conforme explica, a produtividade foi muito boa motivada pelo clima favorável e o preço das commodities, principalmente dos grãos foram valorizados, pontos considerados determinantes para formação de renda no setor.
Além disso, destaca o favoritismo mato-grossense, que tem como carro-chefe a produção de grãos como soja e milho e algodão, todos os 3 com excelente cotação no mercado internacional. Soja, que representa metade do VBP, movimentou R$ 14,628 bilhões em 2011, alta de 27% na comparação com o valor do ano anterior, de R$ 11,945 bilhões. Para o milho, a valorização chagou a 68% entre um ano e outro, passando de R$ 2,002 bilhões para R$ 3,374 bilhões. Algodão registrou elevação de 66% e chegou a R$ 10,738 bilhões em 2011.
Produtor de Rondonópolis (a 212 km de Cuiabá), Alexandre de Marco credita a alta a duas condições, que foram o aumento do preço do algodão e a maior área plantada no ano passado. Segundo ele, apesar de ter melhorado a renda para o produtor, não foi na mesma proporção, até porque assim como houve valorização do produto, também cresceu o custo para se produzir.
Presidente do Sindicato Rural de Lucas do Rio Verde (a 350 km da Capital), Júlio Cintak, explica que o crescimento do VBP não representou o mesmo benefício para o produtor. "Os insumos ficam na mesma proporção mais caros. Mas não se pode negar que melhorou".
Perspectiva – Coordenador geral de planejamento estratégico do Mapa, José Garcia Gasques explica que ainda é cedo para traçar uma estimativa para 2012, mas que as preliminares apontam para um ano positivo, sobretudo para Mato Grosso. Segundo ele, o Estado pode contar com o fator clima, que geralmente tem poucas variações de impacto. Além disso, ele destaca que os problemas que a seca tem causado na região Sul do país podem gerar maior demanda pela produção local. Com relação aos preços, apesar da crise, a expectativa e que se mantenham em alta.