O gaúcho Clovis Cortezia era a imagem da desolação no dia 14 de janeiro passado. Olhava preocupado para o céu de Lucas do Rio Verde (cerca de 350 km de Cuiabá, no médio-norte mato-grossense) e estava frustrado com o cancelamento do início da colheita de 5,5 mil hectares de soja da variedade super precoce e do plantio de algodão na mesma área.
A operação seria acompanhada por uma comitiva formada por dirigentes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que viriam em companhia do governador Silval Barbosa e do presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Carlos Fávaro, porém o excesso de chuva naquela manhã de sábado não permitiu que o avião decolasse de Cuiabá.
Dois dias depois, Cortezia respirava mais aliviado, pois as máquinas da fazenda tinham conseguido trabalhar, embora o tempo permanecesse instável.
“O produtor rural é o único maluco que monta uma indústria sem telhado. É normal chover bastante em janeiro, mas não o tempo todo como este ano”, desabafou Cortezia, que foi personagem da edição 309 da revista Globo Rural, de julho de 2011, em matéria sobre a safra passada de algodão.