Os preços internacionais de alimentos caíram em 2011, mas continuam ainda altos, de acordo com a Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). O Índice de Preços de Alimentos da FAO ficou em 211 pontos em dezembro, queda de 2,4% comparado a novembro e de 11,3% desde o pico de fevereiro de 2011.
Embora os preços tenham caído no segundo semestre de 2011, atenuando o risco de inflação em boa parte dos países, o índice da FAO ainda tem a média mais alta desde que os custos de alimentos começaram a ser monitorados em 1990.
"Os preços internacionais de várias commodities alimentares declinaram nos últimos meses, mas as incertezas na economia global, nos mercados de divisas e de petróleo não permitem perspectivas claras", afirmou Abdolreza Abbassian, economista da FAO. Para ele, o declínio não será grande, em todo caso.
As quedas de preços internacionais de cereais, açúcar e óleos se devem à menor demanda e ao dólar mais forte. Em 2011, entre as principais commodities, os preços de cereais tiveram a maior queda, de 4,8%. O custo do milho caiu 6%, do trigo, 4% e do arroz, 3%. Mas o índice da FAO para cereais ainda está 35% mais alto do que em 2010.
Os preços de óleos e gorduras caíram 3% comparados a novembro. Produção maior do que a prevista elevou estoques, sobretudo de óleos de palma de girassol. Também houve menor demanda por óleo de soja.
Além disso, os preços de carnes baixaram em dezembro em relação a novembro. A maior queda foi para carne suína, de 2,2%. Já carnes bovina e de frango tiveram ligeira alta. Na média, os preços de carnes subiram 16% em 2011. No caso de lácteos, quase não houve mudança nos preços internacionais em dezembro. No ano, a alta foi de 10%, na média, para manteiga, leites, queijo.
O índice do açúcar declinou para 327 pontos em dezembro, 4% de queda sobre novembro e de 18% desde o pico de julho de 2011. A razão é a expectativa de maior oferta.