Os órgão oficiais projetam uma safra de grãos 2,8% menor na safra 2011/2012, que está em andamento, na comparação com a safra 2010/2011. Conab e IBGE apontam os problemas climáticos que atingem o Sul, Sudeste e Centro-Oeste brasileiros como responsáveis. E realmente a estiagem no Rio Grande do Sul , Paraná e Santa Catarina e o excesso de chuva, principalmente em Minas Gerais e Mato Grosso, afetam a soja, o milho e o arroz. Juntos, os três produtos respondem por mais de 80% da produção de grãos no País. A projeção leva em conta a safra do ano passado, quando foram batidos todos os recordes históricos da agricultura nacional. Pela primeira vez superamos a marca das 160 milhões de toneladas. –
Desde o final de 2011, especialistas apostavam que não repetiríamos o resultado. Haveria uma redução. Mas o investimento maciço em tecnologia, desde equipamentos e máquinas como fertilizantes e defensivos, indicavam o sentido inverso com maior produtividade, o que poderia representar novo aumento na produção total.
Agora o fenômeno La Niña veio interferir no processo contínuo de crescimento. Mas isso não representa quebra de safra. Haverá sim, uma redução nas expectativas. Nada que possa comprometer a produção de grãos.
Teremos ainda, pelas projeções pessimistas, um aumento de 6,2% na produção da safra atual sobre os 149,2 milhões produzidos na safra 2009/2010. E o próprio ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Júnior, afirmou que as exportações do agronegócio devem fechar o ano com renda superior a US$ 100 bilhões, aumento de 6% sobre os US$ 94,6 bilhões de 2010. Desta forma, o ano começa com a expectativa de que mais uma vez a agropecuária irá comandar as vendas externas brasileiras, garantindo o superávit em nossa balança.
E não se trata de mera especulação sobre o futuro do agronegócio.
Nos últimos anos os produtores rurais mostraram uma dinâmica bastante diferente daquela vista nos bons períodos quando investiam o lucro na compra de carros e imóveis urbanos. Apostando no próprio negócio, eles estão investindo em tecnologia que impulsionam a produtividade. Portanto, não é uma projeção, mas constatação de que o agronegócio continuará em ascensão.