O início da colheita, somado a baixa produtividade no Sul do Brasil e na Argentina em decorrência de problemas climáticos já elevaram o preço médio da soja em Mato Grosso. A alta registrada é de 4,87% por saca nas primeiras semanas de janeiro, frente a dezembro de 2011, de R$ 37,78 para R$ 39,62.
Em alguns municípios observou-se aumento de 11,62% no valor da saca, como foi o caso de Rondonópolis. No dia 12 de dezembro a saca de 60 quilos da oleoginosa era comercializada a R$ 38,70 e em 10 de janeiro a R$ 43,20, ou seja, uma diferença de R$ 4,50. Para quem segurou as vendas antecipadas, o incremento significa maior rentabilidade.
O milho mato-grossense também já começou a sinalizar valorização, aumentando de R$ 15,67 a saca de 60 quilos em dezembro para R$ 16,24 em janeiro, o equivalente a 3,63%. Em Sorriso, no comparativo das mesmas datas, a alta no preço da saca da soja foi de R$ 3,20 (8,69%). Em 12 de dezembro o grão era vendido a R$ 36,80 e no dia 10 de janeiro a R$ 40. Na cidade de Lucas do Rio Verde, o salto chegou a 9,31% ou R$ 3,40, de R$ 36,50 para R$ 39,90.
O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Brasil (Aprosoja Brasil), Glauber Silveira, comenta que a quebra na produção na região Sul do país e na Argentina devido a estiagem está influenciando no preço da soja e do milho em Mato Grosso. “Sabemos que tende aumentar mais, contudo depende do comportamento do mercado”.
Na safra 2011/2012 a estimativa é que Mato Grosso colha 22,1 milhões de toneladas. O produtor e presidente do Sindicato Rural de Sorriso, Laércio Pedro Lenz, confirma o motivo que elevou o preço da commotidy. “Além disso, já estamos colhendo as primeiras sojas (sic) da safra 2011/2012, o que leva o mercado a apresentar alta de preço, também”.
Comercialização – Segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), até novembro de 2011, 53,6% da safra 2011/2012 de soja já havia sido comercializada antecipadamente, 9,1 pontos percentuais (p.p) a menos que a safra 2010/2011 no mês em 2010. Conforme Lenz, a cautela e os preços influenciaram nesta retração. “Não sabíamos como a safra seria e os preços estavam em baixa, por isso optamos em deixar para vender o restante já com a colheita iniciada”.
Para o presidente da Aprosoja Brasil, o incremento no valor da saca favoreceu, principalmente, quem segurou sua produção a fim de conseguir maior retorno.