Já chega a 13 o número de focos da ferrugem asiática em Mato Grosso; destes, 11 foram notificados este mês, e produtores já estão em alerta. O primeiro registro, segundo dados do Consórcio Antiferrugem, ocorreu no dia 19 de dezembro de 2011 em
Tapurah. Hoje, já são sete municípios afetados. Cinco focos foram identificados no dia 6 de janeiro nos municípios de Lucas do Rio Verde, Campo Verde e Sorriso.
A tendência, segundo informações da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), é aumentar a proliferação do fungo, em função de o clima estar favorável (com chuvas) à disseminação da praga e a colheita já ter iniciado.
Em janeiro de 2011, o Consórcio Antiferrugem e laboratórios credenciados encontraram 15 casos da doença nas lavouras mato-grossenses. Os demais casos da doença na safra 2011/2012 foram localizados em Primavera do Leste, Querência e Sinop.
Levantamento do Consórcio Antiferrugem mostra que em Campo Verde a doença foi detectada no estágio R1, etapa de floração, e Primavera do Leste o R2, que atinge a planta em sua etapa de desenvolvimento produtivo. Nas demais o R5, que foi detectado em talhos da lavoura já em fase de desenvolvimento do grão.
De acordo com o gerente técnico da Aprosoja-MT, Luiz Nery Ribas, a tendência é aumentar nos próximos dias a incidência da doença. “O clima está favorável. A ferrugem precisa de umidade e altas temperaturas para se alastrar. Os produtores estão em alerta quanto a doença monitorando suas lavouras, aplicando os fungicidas, fazendo vistorias e enviando análises para os laboratórios credenciados ao Consórcio Antiferrugem”.
Nery salienta que o fungo está no ar e que se o cuidado não for redobrado, perdas podem ocorrer. “A colheita já iniciou, os produtores estão com algumas dificuldades em ir para a lavoura tanto para colher como para aplicar o fungicida devido às constantes chuvas. Ainda é cedo estimar um percentual de perdas, tanto por causa da doença quanto devido aos problemas no plantio com a seca, em algumas regiões”.
No Brasil, já chega a 35 o número de focos da doença, sendo 11 no Paraná (todos identificados em dezembro), seis em Goiás (com o primeiro caso em novembro), um no Distrito Federal e Minas Gerais ambos registrados em novembro e três em Rondônia. No país, somente em dezembro foram 17 casos e em janeiro já são 15.
SAFRA 2010/2011 – No decorrer da safra 2010/2011, Mato Grosso teve apenas 50 ocorrências com a presença do fungo, sendo 15 em janeiro e 35 em fevereiro. Os dois primeiros focos de ferrugem asiática foram registrados no dia 13 de janeiro de 2011, ambos em Sorriso e no estágio R5 de desenvolvimento da doença, porém confirmados no dia 21, conforme Nery. O terceiro e quarto casos surgiram no dia 18 de janeiro, também em Sorriso.
No dia 25, outros dois casos foram registrados, sendo um em Comodoro e outro em Diamantino. A partir daí, quase todos os dias entre um e três casos eram contabilizados. O único estágio R8, fase final da maturação do grão, foi notificado em Campo Novo do Parecís no dia 26 de janeiro de 2011.
Ao contrário da safra 2010/2011, o primeiro caso da ferrugem asiática na safra 2009/2010, segundo dados do Consórcio Antiferrugem, ocorreu em Guiratinga, dia 4 de novembro de 2009. No Brasil, 706 focos da doença foram registrados, dos quais 291 no Paraná e 180 no Rio Grande do Sul.