A criação de novas vagas no mercado formal de trabalho, em Mato Grosso, somou 5.231 postos em fevereiro, resultado que quando comparado aos anos anteriores revela o estoque mais baixo dos últimos oito anos para o período. Em igual mês de 2006 o saldo foi de 7.505, sendo o recorde, fevereiro de 2011 com 10.558 novas frentes celetistas, com carteira assinada. Mesmo com performance positiva, o mês passado teve seu balanço afetado pelo desempenho de setores importantes, como a agropecuária, construção civil e comércio que quando não apresentaram números negativos, retraíram ante 2012.
Na comparação mensal, ante o estoque de assalariados de janeiro, Mato Grosso teve expansão de 0,84%, a segunda maior do Centro-Oeste – liderada por Goiás com 1,01% – e duas vezes e meia acima da evolução da média nacional no período que foi de 0,31%. Os setores de atividade que mais contribuíram para o resultado apurado no mês passado foram agropecuária (+2.135 postos), serviços (+1.841 postos) e a indústria de transformação (+916 postos).
Na comparação anual, fevereiro ante fevereiro, a retração na oferta de novas vagas é de 21,39% no Estado, visto que o saldo passou de 6.655 para atuais 5.231. Os dados foram divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Mesmo com a geração de novas vagas 36,26% menor na comparação anual, a agropecuária – que naquele mês estava ainda refletindo os trabalhos no campo em dose dupla, colheita de soja e plantio de milho e algodão – segue como a maior empregadora mato-grossense no período, já que o saldo de 2.135 novas vagas corresponde a quase 41% do total estadual de 5.231 postos, em fevereiro.
O setor de serviços, o segundo maior empregador, ampliou a geração de postos de trabalho em 16,81% ao passar de 1.576 para 1.841. Em terceiro lugar, a indústria de transformação foi o segmento que mais expandiu na comparação anual, 60,98%. O saldo de novas vagas passou de 569 em fevereiro de 2012 para 916 em igual mês deste ano, mostrando a retomada da atividade após os recessos de final de ano e que serve de um forte indicador para mensurar o consumo no mercado doméstico.
As exceções no mês passado foram a construção civil, única atividade com resultado negativo, mais demitiu do que contratou, finalizando o mês com a eliminação de 340 vagas – no ano passado o saldo foi positivo em 370 novos postos – e o comércio, cuja oferta retraiu em quase 14%, ao passar de 637 para 549 novas vagas.
BIMESTRE – No primeiro bimestre deste ano o saldo acumulado de novas vagas foi de 15.315, o menor dos últimos cinco anos para o período, e quase 15% menor em relação ao estoque do primeiro bimestre do ano passado, com saldo de 18.007 postos. Apesar do declínio no saldo de novas vagas registrado em fevereiro e neste bimestre, o volume de contratações foi o maior já observado na série histórica do Caged para Mato Grosso, com 40.028 contratações, um indicador do crescimento da economia local nos últimos anos.
BRASIL – Em fevereiro, o saldo de empregos no país foi positivo em 123,4 mil vagas – resultado de cerca de 1,7 milhão de admissões e 1,6 milhão de demissões. Em janeiro deste ano, foram gerados 28,9 mil postos formais, o saldo mais baixo para o mês desde 2009, ano da crise financeira internacional.
Apesar da leve recuperação, a quantidade de postos criados em fevereiro também foi o menor para o mês desde 2009, quando foram abertos 9,1 mil postos. Em 2010, foram 209,4 mil vagas, em 2011, 280,7 mil e em 2012, 150,6 mil.
Os estados que registraram os melhores saldos foram São Paulo (47,7 mil), Rio Grande do Sul (17 mil) e Paraná (15,8 mil). Alagoas, Pernambuco e Paraíba foram os que saíram pior. Somados, tiveram o fechamento de mais de 15 mil vagas com carteira assinada.
Os setores que contribuíram para o melhor desempenho de fevereiro do que o de janeiro foram: serviços (82 mil postos) e indústria de transformação (33,4 mil).