Mineiro de Bambuí, o engenheiro agrônomo Alysson Paulinelli foi aluno, professor e diretor da escola Superior de Agricultura de Lavras (ESAL/UFLA), secretário de Agricultura do Estado de Minas Gerais, entre 1971 e 1974, e ministro da Agricultura, de 1974 a 1979, período em que ocorreu a estruturação da Embrapa, da extinta Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural (Embrater) e da Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais), e o fortalecimento e modernização da Companhia Nacional de Abastecimento – CFP.
Paulinelli também foi deputado constituinte, entre 1987 e 1991, e presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), de 1987 a 1990. Em 2006, recebeu o World Food Prize (Prêmio Mundial da Alimentação e da Agricultura), como uma das personalidades que contribuíram para o aumento da oferta mundial de alimentos.
O ex-ministro, quando de sua estada em Cuiabá (MT), em 15/03/2013 proferiu palestra sobre o Programa de Desenvolvimento da Cadeia do Milho no Brasil. Nesta ocasião, o ex-ministro foi informado de que o Analista Técnico da FAMATO – Edvaldo Belisário foi fundador da Companhia de Financiamento da Produção (CFP) no Estado de Mato Grosso, no transcorrer de 1977, com sede em Cuiabá, hoje, CONAB. Belisário disse ao ex-ministro que a Política de Garantia de Preços mínimos, adotada pelo Governo Federal foi fator decisivo para o desenvolvimento agrícola do estado. Disse, ainda, Belisário que, no início dos anos 1980, dava-se início ao desbravamento da agricultura de Mato Grosso, com uma significativa plantação de milho e arroz. Naquela época, no Brasil, só se produzia soja na região sul.
Por falta absurda de infraestrutura na década de 80 (falta total de estrada e de armazém). (As estradas existentes eram 90% de terra batida). O Governo Federal, numa forma de incentivar os colonos (primeiros produtores de Mato Grosso), comprava por meio de um instrumento chamado AGF – Aquisição do Governo Federal – toda a produção de milho e arroz do estado. A maioria desse produto era armazenada “a Céu Aberto”, com um custo e risco altíssimo. Esta comercialização tinha como base fundamental a Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) adotada em todo o País pelo governo, que, diga-se de passagem, naquela ocasião, era a única forma de manter o homem no campo e garantir o preço de sua produção.
Por falta de estrada, que desse acesso ao menos até Cuiabá, o governo federal se viu obrigado, muitas vezes, depois de comprar do produtor rural, a enterrar milho e arroz na região de Colíder, norte de Mato Grosso. O preço de remoção era estratosférico – impraticável. O objetivo da operação “Plante que o João Garante” era exatamente criar meio e motivação para a permanência do homem no campo. O que, de fato aconteceu, e Mato Grosso é, hoje, o maior celeiro do Brasil, com o maior rebanho de bovinos. Mas mesmo assim, precisa superar os obstáculos de logística que limitam exageradamente suas exportações. Chegou a hora de o governo estadual priorizar a produção agropecuária do estado, caso contrário, a vaca vai pro brejo.
Esse tipo de trabalho, feito naquela época de forma rudimentar, do qual o Belisário participou na condição de representante da CFP, foi, sem dúvida, a principal válvula propulsora para o desenvolvimento do estado. Mato Grosso, como estado de característica eminentemente agrícola, deve muito ao ex-ministro Alysson Paullineli, pois foi ele que, com a ajuda Divina, abriu as principais fronteiras agrícolas do Brasil, notadamente em Mato Grosso, permitindo ao produtor a aumentar a sua produtividade, graças às tecnologias trazidas pela EMBRAPA, mesmo de forma incipiente, nos idos de 1980.
Em se falando de EMBRAPA, é bom que fique claro, que essa empresa tem um pai, e este pai, é, sem dúvida, o ex-ministro Alysson Paulinelli. (reviver o passado é muito bom e emocionante…).