A contratação de crédito rural pelo segmento pecuário, em Mato Grosso, movimentou mais de R$ 2,83 bilhões em 2012, um montante 26% superior ao total contratado em 2011. O volume de recursos desembolsados faz referência a 33.520 mil contratos assinados ao longo do ano por produtores e cooperativas no Estado. Apesar do crescimento, pesquisas da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) entre os associados aponta que ainda há mais demanda do que recursos disponíveis.
No ano passado, por exemplo, Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO), na modalidade rural, deixou de atender pelo menos R$ 175 milhões em contratos pré-aprovados. O financiamento na pecuária, em sua maioria, é utilizado para investimentos como recuperação ou reforma de pastagem.
O superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, explica que existem poucas linhas de crédito compatíveis com a atividade e que o FCO é a mais adequada, porém, os recursos disponibilizados são aquém da necessidade. “Temos uma demanda aquecida por crédito para investimento, mas os pecuaristas só contratam quando as condições de pagamentos são condizentes com a renda, o que não é comum entre a maioria das linhas”.
Em 2011, a pecuária mato-grossense contratou R$ 2,24 bilhões em crédito rural por meio de 28.207 mil contratos, de acordo com o Banco Central do Brasil. O crescimento de 26% entre 2011 e 2012 em Mato Grosso superou o crescimento nacional em crédito rural no país, que evoluiu 18% entre os dois anos, passando de R$ 94,11 bilhões para R$ 111,40 bilhões, isso com relação à agricultura e pecuária juntas.
O secretário de Política Agrícola do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Neri Geller, afirma que está sendo desenvolvido um trabalho para ampliar e redirecionar os recursos para atender às demandas da pecuária. “Vamos redirecionar o crédito para que se possa atender à demanda existente”.
No total dos recursos desembolsados pelo Estado, somando agricultura e pecuária, as cooperativas e produtores contrataram R$ 8,4 bilhões em 2012, 33% a mais do que os R$ 6,3 bilhões contratados no ano anterior.