Plantio do milho 2ª safra em Mato Grosso deve ser concluído esta semana, que inicia com 87,8% da área plantada, de um total de 2,787 milhões de hectares a serem ocupados com a cultura. Em comparação com o mesmo período do ano passado, a semeadura do grão no ciclo atual está atrasada em 7,5 pontos percentuais, já que na mesma época do ano passado, a área cultivada estava em 95,3% do total a ser plantado, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Demora foi provocada pelo atraso na colheita da soja, decorrente do excesso de chuvas comcentradas nos 2 primeiros meses do ano. Região onde o plantio está mais avançado é no Médio-Norte do Estado onde chega a 91% do total da área disponível para o milho, diz o analista de mercado do Imea, Cleber Noronha. Produtor no município de Vera, Rafael Bilibio, afirma que está plantando 4,1 mil hectares do grão neste ano, menos do na safra anterior, quando reservou 4,5 mil hectares para a cultura. “Já estou terminando o plantio, mas atrasei uns 5 dias por causa das chuvas”.  Condição atual para o plantio está ideal, diz Noronha. Por isso, a expectativa dos produtores se volta agora para o desenvolvimento das lavouras. O clima indica que a produtividade deve corresponder à média esperada para este ano, de 80 sacas ou 4,8 mil quilos por hectare, abaixo da registrada na safra anterior quando chegou a 104 sacas por hectare (6,240 mil kg/ha), mas superior ao rendimento obtido na safra 2010/2011, quando se manteve em 66 sacas por hectare (3,990 mil kg/ha). Fato é que a produtividade alcançada em Mato Grosso nas lavouras de milho tem se superado a cada ano, lembra o analista do Imea.

Apesar das previsões positivas quanto ao rendimento das lavouras, Bilibio diz que não alimenta grandes expectativas neta temporada no que se refere à produção e rentabilidade do milho. “Se chover menos a partir de agora vai atrapalhar o desenvolvimento da lavoura e como as chuvas adiantaram muito, a partir deste mês já devem diminuir”. No mesmo período do ano passado, o milho foi comercializado por meio de contratos futuros na média de R$ 16 a saca de 60 quilos. Atualmente os preços oscilam entre R$ 11 a R$ 13 a saca no Estado, numa variação negativa de até 31,25%.  Produtores que têm o produto disponível conseguem negociar por R$ 18 a saca. O analista de mercado do Imea comenta que a manutenção de estoques no mercado interno pressiona os preços, que devem se manter em baixa por enquanto. Em janeiro havia cerca de 2,4 milhões de toneladas de milho armanezados em Mato Grosso. “Os preços podem subir um pouco, mas por enquanto a gente trabalha com valores muito próximos ao do preço mínimo da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento)”.