Um dos palestrantes do 1º Encontro dos Produtores de Leite da Baixada Cuiabana, Liéber de Freitas Garcia, zootecnista e consultor técnico de gado de leite Premix (MG), explica o tema da sua palestra: “Nutrição para o Gado de leite”. Segundo ele, a definição de nutrição é prover os nutrientes como proteína, energia, minerais, vitaminas e água para os animais em sua dieta tanto em qualidade quanto em quantidade. Sendo que no caso de bovinos leiteiros esses nutrientes tem que atender os requerimentos diários para crescimento e desenvolvimento de bezerras e novilhas e para mantença e produção das vacas em lactação.
O diretor executivo da Associação dos Produtores de Leite de Mato Grosso (Aproleite-MT), Carlos Augusto Zanata, participa do evento representando a entidade.
O pesquisador explica que uma alimentação incorreta no rebanho leiteiro é um dos principais pontos no insucesso na atividade, uma vez que dependendo da região e época do ano, o custo alimentar representa de 40 a 55% do custo total de produção. “O não atendimento dos requisitos nutricionais leva à um baixo desenvolvimento da bezerra, atrasando a futura produção de leite por este animal; um manejo alimentar incorreto pode levar um animal a desenvolver distúrbios ao parto, prejudicando toda a sua produção durante a lactação; e finalmente, um manejo alimentar incorreto pode fazer com que a vaca em lactação não expresse o seu real potencial genético de produção podendo ser descartada do rebanho por baixa produtividade”. O zootecnista diz ainda que toda essa conjuntura nutricional está intimamente ligada à produtividade da fazenda. Uma vez que a moeda entre o produtor e a indústria é o leite, uma baixa produção diminui o meu retorno em litros/ha e o principal, diminui o retorno em R$/litro seja por volume, seja por qualidade na composição do mesmo.
No caso de Mato Grosso – onde sabidamente a produção de leite é proveniente da agricultura familiar, Liéber explica que os conceitos em nutrição, manejo e genética, independente do tamanho do produtor, são universais. O que se deve fazer é adaptar o conceito à região e ao produtor. Assim, basta o proprietário ter bom senso e querer fazer a mudança. “a Premix por exemplo, disponibiliza palestras, dias de campo, mini-reuniões onde o produtor pode buscar as informações necessárias para modificar e/ou adaptar o seu manejo nutricional. No mundo, produz-se leite desde regiões de clima temperado à regiões desérticas como em Israel. Não existe uma receita pronta de como produzir leite. Há os conceitos que devem ser aplicados e adaptados conforme a economia, mão de obra e disponibilidade de recursos naturais da região”.
O pesquisador diz que participar do 1º Encontro dos Produtores de Leite da Baixada Cuiabana vem de encontro aos anseios da Empresa Premix em prover o conhecimento e tecnologias para o fomento e desenvolvimento da atividade leiteira no país. “Será uma oportunidade ímpar para discutirmos a atual situação da produção leiteira na região e traçarmos metas e ações futuras de desenvolvimento para aumento no retorno econômico da atividade”. Ele diz ainda que tanto pequenos como grande produtores têm sua parcela nas responsabilidades sociais, econômicas e ambientais. Sendo que apesar de Mato Grosso ter produzido por volta de 540 milhões de litros de leite segundo a FNP, é o segundo em produção na região Centro-Oeste, ficando atrás do Estado do GO, tradicional produtor, é de primordial importância o desenvolvimento e aumento na produtividade leiteira no Estado. “Qualquer aumento, com sustentabilidade, é bem vindo para a economia do país uma vez que há déficit do produto para o mercado interno”.