Setor agropecuário de Mato Grosso espera ter assegurado até R$ 12 bilhões no orçamento do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2013/2014 para investimentos, além de recursos para custeio da produção. Estimativa foi repassada pelo secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Neri Geller, após reunião com o governador Silval Barbosa (PMDB), parlamentares e representantes do setor produtivo do Estado, na manhã desta sexta-feira (01).
Reivindicação é uma das mais enfáticas do setor, que aguarda também a definição de uma política de preço mínimo para as culturas do algodão e milho, investimento em armazenagem de grãos, garantia de seguro rural e suspensão do embargo à carne bovina adotado pela Arábia Saudita, China, Peru e Catar. Pleitos foram ressaltados ao ministro da Agricultura Mendes Ribeiro, durante o jantar de apresentação do secretário Geller realizado na sede da Federação da Agricultura e Pecuária (Famato) em Cuiabá, na quinta-feira (31).
No último Plano Safra, o Estado conseguiu a liberação de R$ 3,386 bilhões, incrementado em 14,2% ante o volume de recursos aprovados para a safra 2011/2012, de R$ 2,965 bilhões. Diagnóstico realizado pela Frente Parlamentar da Agropecuária, liderada pelo deputado Homero Pereira (PSD), aponta a necessidade de R$ 10 bilhões para o agronegócio do Estado. Em todo país, os recursos destinados ao PAP na safra 2012/2013 totalizaram R$ 115,2 bilhões, 7,5% a mais que o anterior, quando somou R$ 107,2 bilhões. Deste montante, R$ 86,9 bilhões foram reservados às ações de custeio e comercialização, enquanto outros R$ 28,2 bilhões para programas de investimento. “Para todo país devem ser liberados R$ 130 bilhões”.
Geller diz que a prioridade é fortalecer a produção sustentável, ampliando os recursos para recuperação de pastagens, para irrigação das lavouras, além de reforçar a estocagem de grãos. “Também devemos garantir o preço mínimo para o algodão e milho, mas isso depende de acordo interministerial”. Ministro da Agricultura lembrou que o PAP está em fase de elaboração e afirmou que para o seguro rural foram empenhados R$ 430 milhões para todo o país, mas o valor pode avançar para R$ 500 milhões.
Disse ainda que alguns estados não acessaram todo o recurso disponibilizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e até mesmo do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) e há possibilidade de remanejá-los para atender os produtores de Mato Grosso. Presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Carlos Fávaro, comentou que enquanto a logística de transportes do Estado não é melhorada, o segmento precisa de políticas que garantam a produção, como a concessão de crédito de acordo com a demanda do setor.