A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) participou ontem (11/02) de uma reunião de estratégias para o cumprimento dos compromissos apresentados pelo governo do Estado de Mato Grosso na Conferência Mundial do Clima (COP 21), que recebeu 195 países em dezembro de 2015 em Paris.
Com o objetivo de intensificar as ações para ajudar na redução do aquecimento global e metas em relação ao meio ambiente, entre elas a de reduzir a emissão de gás carbônico em até seis gigas toneladas até 2030, acabar com o desmatamento ilegal até 2020 e recuperar 2,9 milhões de hectares de áreas de preservação permanente e reservas legais a secretária de Estado de Meio Ambiente, Ana Luiza Peterlini, sugeriu a criação de um Comitê Estadual.
O Comitê Estadual da Estratégia, denominado PCI – Produzir, Conservar e Incluir tem como principal objetivo estruturar as ações que visam o cumprimento das metas apresentadas.
De acordo com o presidente do Sistema Famato Rui Prado Mato Grosso tem um território sustentável, onde é possível aliar produção, conservação e inclusão social. "Com esses três elementos é possível proporcionar qualidade de vida à sociedade mato-grossense", destacou Prado.
Prado destacou ainda que os produtores rurais criaram uma cultura de que Mato Grosso é um Estado sustentável, onde no passado era "proibido" falar no assunto "sustentabilidade". "E hoje podemos conversar sobre o assunto e temos argumentos para debater e sugerir estratégias", apontou Prado.
Quanto à criação do Comitê Estadual, o presidente da Famato destacou ser uma ferramenta importante de discussão e cumprimento das metas apresentadas pelo Brasil e, em especial, pelo Estado de Mato Grosso durante a COP 21.
Para Prado o que causa preocupação é que esses compromissos foram apresentados sem antes terem sido debatidos e avaliados com as entidades envolvidas. "Entendo que são possíveis realizá-los, porém dependem de questões financeiras. Acredito que temos que apontar cada compromisso e quanto isso vai custar para nós como estado, como produtores rurais e como país, e ai identificarmos onde estão esses recursos, como nós poderemos contrai-los, e assim colocar em prática essa agenda socioeconômica ambiental de maneira sustentável", destacou.
Para o governador Pedro Taques esses compromissos não dependem somente do Estado, mas dos esforços dos setores envolvidos e de toda a sociedade civil organizada.
O diretor executivo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia André Guimarães avalia a participação de Mato Grosso como o melhor momento para atrair investidores voltados para a sustentabilidade do Estado. "O desafio agora é manter esse momento vivo. Nós entramos em uma nova fase de construção desse caminho, isso significa colocar em prática as ações a partir da criação deste Comitê", destacou Guimarães.
As entidades envolvidas no projeto e o governo devem discutir nos próximos dias a minuta de criação do Comitê e das atribuições, que vão nortear o plano de trabalho.
O encontro contou com a participação de secretarias de Estado, instituições ambientais, organizações sociais e do agronegócio.