A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) participou do 4º Congresso Brasileiro de Geração Distribuída, considerado por especialistas como o principal evento do setor na América Latina. O evento aconteceu entre os dias 13 e 14 de novembro no Centro de Convenções de Olinda-PE. No mesmo período, aconteceu o Fórum Energy Storage Brasil, feira de armazenamento de energia e a 4ª ExpoGD - Feira Brasileira de Geração Distribuída. A Famato foi representada pelo assessor de Relações Institucionais, Edvaldo Belisário dos Santos que ocupa o cargo de presidente do Conselho de Consumidores de Energia Elétrica do Estado de Mato Grosso – Concel/MT.
Segundo Belisário, o objetivo do Congresso foi discutir o atual cenário da Geração Distribuída (GD); barreiras regulatórias; impedimentos jurídicos e as perspectivas de crescimento para o setor em fontes alternativas de energias como a solar, eólica, biomassa e as pequenas centrais hidrelétricas (PCHs e CGHs). Foram debatidos, ainda, o avanço das tecnologias inovadoras, estudos técnicos/científicos e novidades industriais no campo das energias renováveis.
Para Belisário das pautas a que mais chamou a atenção dos participantes e dividiu opiniões foi a Geração Distribuída (GD), a exemplo do processo de revisão da Resolução Normativa 482/2012, da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que vem sofrendo diversas modificações.
De acordo com a Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), no país existem mais de 130 mil conexões e unidades consumidoras no campo da Geração Distribuída. São aproximadamente 10 mil empresas na cadeia produtiva e milhares de empregos gerados de forma direta e indireta. Existem 126.416 usinas instaladas, com 169.787 unidades consumidoras que recebem créditos dessas usinas e uma potência total instalada de 1.601.098,65 kW.
Segundo o presidente em exercício do Concel-MT e representante da Famato, Edvaldo Belisário, Mato Grosso já é destaque no Centro Oeste na geração de energia elétrica. Com base em pesquisas realizadas, o estado fechou 2017 com quase 95% da sua energia elétrica gerada por fontes renováveis, de acordo com dados apurados pelo grupo Energisa.
O relatório aponta que 93,32% da energia tem origem hídrica, enquanto as outras fontes renováveis como Biomassa e Solar Fotovoltaica somaram 1,24%. Já as fontes não renováveis (Diesel e Gás Natural) somaram apenas 5,44%.
Além do ótimo desempenho das fontes renováveis, a geração em 2018 de todas as fontes de energia em Mato Grosso foi suficiente para atender a demanda total de energia do Estado e ainda exportar para o Sistema Interligado Nacional, um excedente de produção de 48%.
O último Balanço Energético de Mato Grosso publicado em parceria da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) divulgou a distribuição da matriz energética no Estado que é formada predominantemente pelas hidrelétricas (75%), cuja matéria prima é a água, usinas termelétricas (20%), que geram energia a partir do gás e da biomassa (5%), a partir, por exemplo, do bagaço da cana de açúcar.
Mato Grosso após iniciativa da Sedec foi um dos primeiros Estados a isentar o ICMS na modalidade de micro e minigeração distribuída. Nesta modalidade estão contemplados os empreendimentos com até 1.000 kW de potência instalada de fontes renováveis como CGH’s, Biogás, e, principalmente, a Solar Fotovoltaica.